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VIAGEM AO ORIENTE
Presidente afirma que os dois países não apresentam "divergências históricas" e por isso estão "livres para pensar apenas no futuro"
China é "shopping" para negócios, diz Lula
DE PEQUIM
DO ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
Entusiasmado com a adesão em
massa dos empresários brasileiros à sua viagem oficial à China, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o país asiático é "uma espécie de shopping
de oportunidades" para a realização de bons negócios.
Lula mesclou improviso e a leitura de um texto escrito no discurso que fez aos cerca de 700 empresários brasileiros e chineses
que lotaram o auditório onde foi
realizado um seminário sobre relacionamento Brasil-China.
"Relações comerciais e relações
políticas serão muito mais sólidas
se tivermos uma relação de confiança e uma relação humana perfeita. Nem a internet nem o mais
sofisticado computador do mundo substituem um olhar, um
aperto de mão e um gesto de confiança", disse ele aos empresários.
O presidente defendeu a consolidação, "em definitivo", do caráter estratégico da relação entre
Brasil e China. "Queremos dar
um salto qualitativo nessa relação
estratégica. Queremos uma parceria que integre nossas economias e sirva de paradigma para a
cooperação Sul-Sul", afirmou o
presidente, usando a expressão
que resume a aproximação entre
países em desenvolvimento.
Na opinião de Lula, o Brasil e a
China estão em situação privilegiada para reforçar seus laços de
união: são ambos países em desenvolvimento e não apresentam
contenciosos históricos. "Dois gigantes como China e Brasil, sem
contenciosos históricos, sem divergências históricas, estarão livres para pensar apenas no futuro, e vocês significam esse futuro." Nesse cenário, a relação entre
os dois países "só tende a crescer".
Lula lembrou o aumento de
quase 80% no comércio bilateral
em 2003 e disse que nos três primeiros meses de 2004 o volume
voltou a aumentar, desta vez em
cerca de 60%. Por sua vez, o vice-primeiro-ministro da China, Hui
Liangyu, disse que o governo chinês estimula as empresas do país
a buscarem oportunidades de negócios no Brasil. "Há uma forte
complementaridade econômica
entre as duas economias."
Depois do discurso, Lula participou no mesmo salão da cerimônia de instalação do Conselho
Empresarial Brasil-China, entidade que reúne grandes empresas
de ambos os países e é dirigida
por Roger Agnelli, presidente da
Vale do Rio Doce. Também foram assinados contratos entre
empresas brasileiras e chinesas.
Lula almoçou com os empresários no mesmo hotel onde o evento foi realizado. Sentou em uma
grande mesa redonda, na qual
também estavam ministros, como Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), algumas autoridades chinesas e a atriz Lucélia
Santos. Havia intérpretes sentados entre os brasileiros e os chineses na mesa presidencial.
(CLÁUDIA TREVISAN E GUILHERME BARROS)
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