São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2004

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VIAGEM AO ORIENTE

Presidente afirma que os dois países não apresentam "divergências históricas" e por isso estão "livres para pensar apenas no futuro"

China é "shopping" para negócios, diz Lula

DE PEQUIM
DO ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM

Entusiasmado com a adesão em massa dos empresários brasileiros à sua viagem oficial à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o país asiático é "uma espécie de shopping de oportunidades" para a realização de bons negócios.
Lula mesclou improviso e a leitura de um texto escrito no discurso que fez aos cerca de 700 empresários brasileiros e chineses que lotaram o auditório onde foi realizado um seminário sobre relacionamento Brasil-China.
"Relações comerciais e relações políticas serão muito mais sólidas se tivermos uma relação de confiança e uma relação humana perfeita. Nem a internet nem o mais sofisticado computador do mundo substituem um olhar, um aperto de mão e um gesto de confiança", disse ele aos empresários.
O presidente defendeu a consolidação, "em definitivo", do caráter estratégico da relação entre Brasil e China. "Queremos dar um salto qualitativo nessa relação estratégica. Queremos uma parceria que integre nossas economias e sirva de paradigma para a cooperação Sul-Sul", afirmou o presidente, usando a expressão que resume a aproximação entre países em desenvolvimento.
Na opinião de Lula, o Brasil e a China estão em situação privilegiada para reforçar seus laços de união: são ambos países em desenvolvimento e não apresentam contenciosos históricos. "Dois gigantes como China e Brasil, sem contenciosos históricos, sem divergências históricas, estarão livres para pensar apenas no futuro, e vocês significam esse futuro." Nesse cenário, a relação entre os dois países "só tende a crescer".
Lula lembrou o aumento de quase 80% no comércio bilateral em 2003 e disse que nos três primeiros meses de 2004 o volume voltou a aumentar, desta vez em cerca de 60%. Por sua vez, o vice-primeiro-ministro da China, Hui Liangyu, disse que o governo chinês estimula as empresas do país a buscarem oportunidades de negócios no Brasil. "Há uma forte complementaridade econômica entre as duas economias."
Depois do discurso, Lula participou no mesmo salão da cerimônia de instalação do Conselho Empresarial Brasil-China, entidade que reúne grandes empresas de ambos os países e é dirigida por Roger Agnelli, presidente da Vale do Rio Doce. Também foram assinados contratos entre empresas brasileiras e chinesas.
Lula almoçou com os empresários no mesmo hotel onde o evento foi realizado. Sentou em uma grande mesa redonda, na qual também estavam ministros, como Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), algumas autoridades chinesas e a atriz Lucélia Santos. Havia intérpretes sentados entre os brasileiros e os chineses na mesa presidencial. (CLÁUDIA TREVISAN E GUILHERME BARROS)


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