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RUMO A 2006
Entre os 46 projetos, selecionados segundo "impacto social e econômico", 30 serão concluídos até fim do próximo ano
Alckmin lança pacote de R$ 12,3 bilhões
DA REPORTAGEM LOCAL
Seguindo à risca a conclusão de
uma pesquisa - segundo a qual o
PSDB tem de se apresentar como
exemplo de capacidade administrativa para a disputa presidencial
- o governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, lançou ontem
um programa para agilizar a execução de 46 projetos. O pacote
consumirá R$ 12,3 bilhões em
dois anos e permitirá a inauguração de 22 obras até o fim de 2006.
Como num ato de campanha,
Alckmin apresentou os projetos
já em curso, selecionados segundo "o impacto social e econômico" para um regime diferenciado
de liberação de recursos. Deles, só
12 têm conclusão prevista para
depois do ano eleitoral. Dois outros foram programados em duas
etapas, sendo uma para o ano que
vem. Dez têm caráter continuado.
Repetindo o "Avança Brasil", de
FHC, cada um terá um gerente e
ficará imune à retenção de recursos. A liberação respeitará o cronograma da obra. A lista inclui
obras antigas, como o Rodoanel.
Desses, 20 são na área de desenvolvimento social (R$ 4,943 bilhões) e oito de infra-estrutura
(R$ 5,3 bilhões).
Exibindo disposição de concorrer, Alckmin até minimizou a pesquisa pela qual só 15% dos eleitores o conhecem bem, enquanto
27% afirmam que "nunca ouviram falar dele antes"."Não tem o
menor problema. Hoje em dia
com televisão e rádio, isso se reverte rapidamente. Em uma semana de televisão, você pára no
semáforo e [te reconhecem]".
Inspirado na pesquisa, o PSDB
decidiu se mostrar como modelo
de eficiência alternativo ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Foi o que ele fez, ao lembrar que
reduziu impostos e "continua desonerando o setor produtivo". Segundo tucanos, a pesquisa revela
que a divisão do PT desagrada. E
Alckmin pregou:"Partidos se fazem com laços afetivos".
O PSDB não quer ser acusado
de golpista ou responsabilizado
por abalos no governo. "Não vamos colaborar para aumentar a
intraqüilidade. Temos responsabilidade. Mas não podemos confundir com impunidade."
"Mera coincidência"
Autor do programa, o secretário
de Planejamento, Martus Tavares, diz que seu lançamento em
meio à crise no governo é "mera
coincidência". Mas "não é coincidência mostrar a ética e a eficiência como nossa marca", diz.
O governo de São Paulo está pagando R$ 400 mil, via Sabesp
(Companhia de Saneamento Básico do Estado), por merchandising e vinhetas na TV Record.
Alckmin chegou a ser elogiado
pelo apresentador Raul Gil, no
programa de sábado, logo após
propaganda sobre a despoluição
do rio Tietê.
Pela Constituição Federal, da
publicidade de órgãos públicos,
não podem "constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos".
Afirmando não lembrar em
quem votou em 2002, Raul Gil
disse que o elogio "escapou". "Às
vezes enfeito um pouquinho. Foi
lamentável, vou mandar cortar",
disse ele, referindo-se ao fato de
ter repetido o comentário na gravação para o sábado que vem. A
Sabesp disse ter pedido para que o
comentário fosse cortado para o
próximo fim de semana. "Não foi
isso que foi tratado", afirmou o
superintendente de Comunicação
da empresa estatal, Luiz Carlos
Aversa.
( CATIA SEABRA, CONRADO CORSALETTE E DANIEL CASTRO)
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