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PAINEL
Renata Lo Prete @ - painel@uol.com.br
Todo blindado
Em recente qualitativa, um homem de classe C, subempregado em Recife, descrevia a melhora em sua
vida sob o atual governo: um ou outro bem de consumo adquirido para a família. Quando o mediador lhe
perguntou sobre os escândalos, ele respondeu: "Isso
eu não quero nem falar". E sobre o envolvimento do
presidente. "A gente não quer acreditar que o Lula
traiu a gente. Se não, como é que a gente fica?".
Quem assistiu acha que essa fala, além de ajudar a
explicar os resultados de Datafolha e Sensus, ilustra
bem a sinuca em que estão os tucanos: se insistirem
em bater no presidente, poderão acabar confinados
ao terço do eleitorado que nunca quis saber de Lula.
Muy amigo. Em uma alta
roda tucana ontem, Aécio Neves era chamado de "Silva",
versão abreviada de Joaquim
Silvério dos Reis. Hoje, Geraldo Alckmin tem extensa
agenda em Minas ao lado de
seu suposto "traidor".
Sem papa. O cancelamento da pajelança em Recife para
formalizar a aliança PSDB-PFL se deu a pedido de Jarbas
Vasconcelos. Com a novela do
PMDB em aberto, o ex-governador, dono do pedaço, não
poderia subir no palanque.
Imobiliária. José Jorge, vice de Alckmin, ocupa em Brasília o mesmo apartamento
onde Marco Maciel morava
em 1994. Os pefelistas não sabem se Jorge, como Maciel,
conseguirá mudar-se dali para o Palácio do Jaburu.
Aula magna. Durante palestra, um jovem perguntou a
Pedro Simon se o PMDB terá
candidato. Resposta: "José
Sarney e Renan Calheiros fazem o jogo do PT em troca de
cargos e não querem deixar".
Sou da paz. Do absolvido
João Paulo Cunha (PT-SP)
sobre as novas pesquisas: "Na
próxima semana teremos outra boa notícia: o crescimento
do PIB. Isso exige de nós humildade e muito trabalho.
Chapéu alheio. No programa do PT, o candidato Jaques Wagner ofereceu, como
exemplo de "investimento federal" na Bahia, as intervenções na orla de Salvador, feitas com verbas do BID (60%)
e do Tesouro estadual (40%).
Quem fala. O prêmio
"nonsense" da temporada de
propaganda partidária vai para o comercial do PTB em que
Luiz Antônio "111 do Carandiru" Fleury vocifera contra a
"incompetência" tucano-pefelista na gestão da crise da segurança em São Paulo.
Digital. A Polícia Federal já
tem em mãos dados dos sigilos fiscal e bancário de multinacionais supostamente envolvidas com o "clube da propina", que pedia dinheiro para
assessorá-las na cobrança de
dívidas não reconhecidas de
hidrelétricas como Itaipu.
Botão vermelho. A Operação Castores, que investiga
as propinas, revistou a bagagem de toda a diretoria da
Eletrobrás, que chegava ontem a Brasília para reunião.
Foi mal. Romeu Tuma
(PFL-SP) autorizou a PF a
apreender o computador do
assessor José Paquier, preso
na Castores. A Polícia Legislativa está furiosa com o fato.
Vapt-vupt. O procurador-geral Antonio Fernando de
Souza quer apresentar no início da semana os primeiros
denunciados na Operação
Sanguessuga, cuja apuração o
Congresso "terceirizou".
Calendas. A CPI dos Bingos
espera há seis meses das operadoras os dados de sigilo telefônico dos personagens do
caso Santo André, dos bingueiros angolanos, de Ralf
Barquete e Vladimir Poleto.
Na próxima. Não será
desta vez que Ellen Gracie assumirá a Presidência. Renan
Calheiros (PMDB-AL) queria
deixar o país no dia 11, quando
Lula ia ao Equador, para dar
vez à ministra. O presidente,
porém, cancelou a viagem.
Tiroteio
Agora não é hora de a campanha gastar energia
batendo no Lula. É hora de assimilar os golpes
baixos e de acumular todas as forças para o
nocaute do dia 1º de outubro.
Do presidente do instituto tucano Teotônio Vilela, SILVIO TORRES , sobre a pressão interna no PSDB para que Geraldo Alckmin seja mais
agressivo com o PT e com o presidente Lula.
Contraponto
Me inclua fora dessa
Em mais um de seus inflamados discursos contra o presidente, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM),
dizia ontem que pesquisas, a despeito dos bons números
atuais, não garantem a vitória de Lula.
Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu um aparte:
-O PMDB ainda vai discutir o que fazer, mas fica aqui
a minha idéia: Pedro Simon seria um excelente vice na
chapa do presidente Lula. Todas as críticas que Simon fez
a Lula foram construtivas, críticas de amigo.
Depois da intervenção, Virgílio retomou a palavra:
-Senador, me desculpe. Mas se o senador Simon estiver no café ao lado, deve ter engasgado ao ouvir isso.
com VERA MAGALHÃES E CONRADO CORSALETTE
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