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Bate-boca escancara crise entre tucanos e pefelistas
Presidente do PSDB e líder do PFL trocam farpas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No dia em que foram divulgadas duas pesquisas eleitorais
que mostram Geraldo Alckmin
em desvantagem em relação ao
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, as cúpulas do PSDB e do
PFL trocaram críticas públicas
e expuseram a crise que tomou
conta da campanha do tucano.
O ato de lançamento oficial
da aliança, previsto para segunda-feira em Pernambuco, foi
adiado para quarta da semana
que vem e transferido para Brasília a pedido dos pefelistas.
O senador José Jorge (PFL-PE), vice de Alckmin, foi encarregado de propor ao tucano a
criação de um conselho político
antes da oficialização da aliança. Alckmin aceitou, contrariando o presidente do PSDB,
senador Tasso Jereissati (CE).
Tasso trocou ataques com
Rodrigo Maia (RJ), líder do
PFL na Câmara, e foi acusado
de "trair o PSDB" pelo prefeito
do Rio, Cesar Maia (PFL), pai
de Rodrigo.
Alckmin teve de intervir. Ligou para Tasso e pediu calma. O
presidente do PSDB disse concordar com a criação do conselho político, mas demonstrou
insatisfação com a participação
de Rodrigo Maia.
Pela proposta do PFL, comporão o conselho os presidentes dos dois partidos, os líderes
partidários na Câmara e no Senado e os dois coordenadores
principais, os senadores Sérgio
Guerra (PSDB-PE) e Heráclito
Fortes (PFL-PI).
A crise revela disputa por espaço na campanha do PSDB.
Nos bastidores, a maioria dos
caciques do PFL e alguns tucanos reclamam da condução política dada por Tasso. Para eles,
o presidente do PSDB tem procurado tutelar Alckmin e comete excessos verbais.
No final da tarde, Tasso e Rodrigo trocaram críticas. "A culpa não é do Alckmin, é da coordenação, é do Tasso", disse o
pefelista. Contrariado, Tasso
afirmou que procuraria o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, para "acabar com a brincadeira de mau gosto".
Na seqüência, disparou um
ataque fazendo referência a Cesar Maia: "Quem falou isso? O
garoto [Rodrigo] ou o papai
[Cesar]? Quando o garoto fala
só vale se o papai confirma".
"Não dá mais, essa coisa de setores do PFL criticarem o
PSDB e o candidato [Alckmin]
não dá mais. É aliado ou não
é?", disse.
(KENNEDY ALENCAR E SILVIO NAVARRO)
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