São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 2006

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Bate-boca escancara crise entre tucanos e pefelistas

Presidente do PSDB e líder do PFL trocam farpas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No dia em que foram divulgadas duas pesquisas eleitorais que mostram Geraldo Alckmin em desvantagem em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as cúpulas do PSDB e do PFL trocaram críticas públicas e expuseram a crise que tomou conta da campanha do tucano.
O ato de lançamento oficial da aliança, previsto para segunda-feira em Pernambuco, foi adiado para quarta da semana que vem e transferido para Brasília a pedido dos pefelistas.
O senador José Jorge (PFL-PE), vice de Alckmin, foi encarregado de propor ao tucano a criação de um conselho político antes da oficialização da aliança. Alckmin aceitou, contrariando o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).
Tasso trocou ataques com Rodrigo Maia (RJ), líder do PFL na Câmara, e foi acusado de "trair o PSDB" pelo prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), pai de Rodrigo.
Alckmin teve de intervir. Ligou para Tasso e pediu calma. O presidente do PSDB disse concordar com a criação do conselho político, mas demonstrou insatisfação com a participação de Rodrigo Maia.
Pela proposta do PFL, comporão o conselho os presidentes dos dois partidos, os líderes partidários na Câmara e no Senado e os dois coordenadores principais, os senadores Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Heráclito Fortes (PFL-PI).
A crise revela disputa por espaço na campanha do PSDB. Nos bastidores, a maioria dos caciques do PFL e alguns tucanos reclamam da condução política dada por Tasso. Para eles, o presidente do PSDB tem procurado tutelar Alckmin e comete excessos verbais.
No final da tarde, Tasso e Rodrigo trocaram críticas. "A culpa não é do Alckmin, é da coordenação, é do Tasso", disse o pefelista. Contrariado, Tasso afirmou que procuraria o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, para "acabar com a brincadeira de mau gosto".
Na seqüência, disparou um ataque fazendo referência a Cesar Maia: "Quem falou isso? O garoto [Rodrigo] ou o papai [Cesar]? Quando o garoto fala só vale se o papai confirma". "Não dá mais, essa coisa de setores do PFL criticarem o PSDB e o candidato [Alckmin] não dá mais. É aliado ou não é?", disse. (KENNEDY ALENCAR E SILVIO NAVARRO)


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