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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
"Não me iludo com pesquisas", diz Lula
No dia em que intenção de voto mostra melhora do presidente contra Alckmin, ele aproveita para criticar seu adversário
Para Berzoini, desempenho será um "imã", atraindo possíveis aliados; Pedro Simon, do PMDB, anuncia
hoje sua pré-candidatura
EDUARDO SCOLESE
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que
não pode se "iludir" com pesquisas realizadas meses antes
das eleições que lhe dão vantagem sobre os adversários: "Ela
[pesquisa] não mexe comigo".
Lula também manteve elevado o tom de suas críticas aos
seus concorrentes. Em ataque
direto ao pré-candidato tucano
Geraldo Alckmin, o presidente
afirmou que, antes de pensar
em governar o país, é preciso
conhecê-lo. "Depois daquela
eleição [em 1989], eu descobri o
quanto era difícil alguém governar o Brasil se a pessoa não
conhecesse o quanto era heterogênea a sociedade brasileira,
a sua afeição mas também as
suas necessidades", disse, antes
de completar sua alfinetada no
paulista Alckmin. "Muitas vezes a gente pensa o Brasil de
Brasília, a gente pensa o Brasil
de São Paulo, a gente pensa o
Brasil de Monte Alegre do Sul
ou pensa o Brasil de qualquer
outro Estado. Ou seja, cada um
tem uma realidade. A somatória dessas realidades aumenta a
somatória de problemas que
nós temos de enfrentar."
Lula disse que não se ilude
com pesquisas quando questionado se a crise da segurança pública em São Paulo, governada
pelos tucanos entre 1995 e
março passado, prejudicará a
campanha de Alckmin.
"Pode ficar certo de uma coisa: eu não trabalho assim. Eu
acho que a questão da segurança é sempre séria, assim como
são sérias outras questões no
Brasil. Mas eu acho que a gente
não pode se deixar iludir com
pesquisa feita muito tempo antes do processo de decisão."
Durante homenagem recebida do Conselho Federal de
Odontologia, Lula criticou as
elites: "Parece que no Brasil há
um tipo de gente que não gosta
que se cuide de pobre. É uma
coisa maluca. Tudo o que você
vai fazer é mais difícil. Tudo o
que você vai fazer é complicado
porque tem sempre alguém
querendo atrapalhar".
Para o presidente nacional
do PT, Ricardo Berzoini, o presidente Lula conseguiu consolidar uma imagem de líder nacional e seu bom desempenho
nas pesquisas de intenção de
votos funciona como um ímã
para atrair novos aliados.
"Lula é o líder que o país precisa para este próximo período", disse. Os diálogos com aliados são facilitados pela posição
favorável de Lula nas pesquisas, admitiu Berzoini. "Quem
está bem nas pesquisas tem um
campo magnético maior. Ninguém quer fazer aliança com
quem está fraco. Mas é óbvio
que isso não resolve os problemas", afirmou Berzoini.
O secretário de Finanças do
PT, Paulo Ferreira, foi além e
atacou Alckmin: "Alckmin tem
incapacidade em se firmar como um ator político nacional".
Ontem, o jornal francês "Le
Monde" publicou uma entrevista de Lula na qual ele se diz
satisfeito com resultados do governo e afirma que o PT pagará
pelos erros cometidos.
PMDB
O senador Pedro Simon
(PMDB-RS) anunciou que vai
registrar oficialmente às 11h de
hoje sua pré-candidatura à Presidência, tendo Anthony Garotinho como vice na chapa.
""O PT e o PSDB têm a mesma
política econômica. O PMDB
não pode abrir mão de ser um
partido nacional e ter um projeto para o país. Coloco meu
nome à disposição porque é importante termos a candidatura
própria", disse Simon.
Registrado o nome do candidato, a convenção tem obrigatoriamente de ocorrer. A cúpula do partido tenta adiá-la do
dia 11 de junho para o dia 29.
Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre
NA INTERNET - Leia texto sobre entrevista de Lula ao "Le Monde"
www.folha.com.br/brasil
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