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ESCÂNDALO DO MENSALÃO / HORA DA IMPUNIDADE
Câmara absolve 11º acusado por esquema do mensalão
Vadão Gomes (PP-SP) era acusado de receber R$ 3,7 milhões do "valerioduto"
Compareceram ao plenário
só 425 dos 513 deputados, o quórum mais baixo das 14 votações de cassação; só falta processo de José Janene (PP)
RANIER BRAGON
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Seguindo a tendência das votações anteriores, o plenário da
Câmara livrou ontem da cassação o 11º acusado de envolvimento com o mensalão. Vadão
Gomes (PP-SP), penúltimo a
ser julgado pelo escândalo, foi
absolvido por 243 votos a 161.
Houve ainda quatro votos em
branco, um nulo e 16 abstenções, em um total de 425 presentes, o quórum mais baixo
até o momento entre as votações de cassação do mensalão.
A falta de interesse de deputados pela sessão decorre, entre
outras coisas, do fato de que a
absolvição era dada como certa.
O conselho deu parecer inocentando Vadão, pois não reuniu provas de que ele foi beneficiário de R$ 3,7 milhões do esquema de Marcos Valério.
O resultado foi recebido por
um plenário quase vazio. A
maioria votou e foi embora.
"Seria fácil seguir o consenso
de grande parte dos meios de
comunicação, me aproveitar
disso e crucificar mais um. Mas
assumi a responsabilidade de
remar contra a maré. Sei que
amanhã [hoje] parte da imprensa estampará a manchete
de que foi absolvido mais um
mensaleiro", afirmou em discurso o deputado Eduardo Valverde (PT-RO), autor do parecer do Conselho de Ética.
A suspeita
A acusação contra Vadão
partiu de Marcos Valério, que
afirma ter entregue a Vadão os
R$ 3,7 milhões em duas oportunidades, em hotéis de São Paulo. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares confirma a história.
Apesar de haver registro de telefonemas entre Vadão, Valério
e Delúbio dias antes das supostas entregas, o conselho diz não
ter reunido provas suficientes.
"Sofri acusações injustas,
sempre cooperei com as investigações e, no fim, confirmou-se a verdade dos fatos. As razões do Conselho de Ética que
me absolveram falam por si só",
disse Vadão em breve discurso.
"Não podemos ter a esperança de cassação de Vadão Gomes
em uma Casa contaminada por
mensaleiros e sanguessugas",
criticou em discurso o deputado João Fontes (PDT-SE).
O último caso de parlamentar envolvido com o mensalão
ainda em análise pelo conselho
é de José Janene (PP-PR), acusado de receber R$ 4,1 milhões.
O deputado deve prestar depoimento na semana que vem.
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