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Prefeito de Porto Alegre acusa
governador de usar suas obras
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
A Prefeitura de Porto Alegre
acusa o governo do Rio Grande do
Sul de manipular informações sobre quem seria o responsável por
uma série de obras executadas no
município.
O prefeito Raul Pont (PT) apresentou um dossiê sobre o caso e
disse que o governo "se apropriou indevidamente das obras da
prefeitura para confundir a opinião pública".
Uma revista denominada "Dito
e Feito", editada para divulgar a
atuação do governo Antônio Britto (PMDB), mostra obras em Porto Alegre que estariam relacionadas com a atual administração estadual.
A capa da revista informa que a
publicação foi paga pelos partidos
que apóiam a reeleição de Britto
-PMDB, PPB, PSDB, PTB, PFL e
PL. Segundo o PMDB, o custo total do trabalho foi de menos de R$
30 mil, incluindo a distribuição.
A Justiça determinou a busca e
apreensão da revista na última
quarta-feira, acolhendo ação do
PT. A decisão judicial saiu quando
a distribuição já havia sido feita.
Além da revista, cerca de 150 placas, com informações sobre supostas obras do governo estadual,
foram espalhadas pela capital gaúcha. O município notificou o governo para que as retire até amanhã. Caso contrário, tomará a iniciativa de recolhê-las.
O dossiê da prefeitura, que relata
detalhadamente a situação das
obras, demonstra que "nada" do
que a revista ou as placas apresentam pode ser creditado ao governo
de Antônio Britto.
O documento relaciona diversas
obras citadas na revista que foram
concluídas antes mesmo de se iniciar a atual gestão (1995).
Em alguns casos, conforme o
prefeito, a presença do Estado se
limitou à atuação do Banrisul, o
banco estatal, como mero repassador de verbas de um fundo para
melhorias sociais, o Fundopimes.
"Nenhum contrato da prefeitura com o Fundopimes foi firmado
durante o governo Britto", disse
Raul Pont.
O título da revista "Dito e Feito", destinada a eleitores das classes A e B, é igual ao de uma publicação editada pela prefeitura na
administração do ex-prefeito petista Tarso Genro (93/96).
De acordo com Pont, essa é mais
uma prova de que os aliados de
Britto querem confundir o eleitorado do Estado.
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