São Paulo, segunda, 25 de maio de 1998

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Prefeito de Porto Alegre acusa governador de usar suas obras

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

A Prefeitura de Porto Alegre acusa o governo do Rio Grande do Sul de manipular informações sobre quem seria o responsável por uma série de obras executadas no município.
O prefeito Raul Pont (PT) apresentou um dossiê sobre o caso e disse que o governo "se apropriou indevidamente das obras da prefeitura para confundir a opinião pública".
Uma revista denominada "Dito e Feito", editada para divulgar a atuação do governo Antônio Britto (PMDB), mostra obras em Porto Alegre que estariam relacionadas com a atual administração estadual.
A capa da revista informa que a publicação foi paga pelos partidos que apóiam a reeleição de Britto -PMDB, PPB, PSDB, PTB, PFL e PL. Segundo o PMDB, o custo total do trabalho foi de menos de R$ 30 mil, incluindo a distribuição.
A Justiça determinou a busca e apreensão da revista na última quarta-feira, acolhendo ação do PT. A decisão judicial saiu quando a distribuição já havia sido feita.
Além da revista, cerca de 150 placas, com informações sobre supostas obras do governo estadual, foram espalhadas pela capital gaúcha. O município notificou o governo para que as retire até amanhã. Caso contrário, tomará a iniciativa de recolhê-las.
O dossiê da prefeitura, que relata detalhadamente a situação das obras, demonstra que "nada" do que a revista ou as placas apresentam pode ser creditado ao governo de Antônio Britto.
O documento relaciona diversas obras citadas na revista que foram concluídas antes mesmo de se iniciar a atual gestão (1995).
Em alguns casos, conforme o prefeito, a presença do Estado se limitou à atuação do Banrisul, o banco estatal, como mero repassador de verbas de um fundo para melhorias sociais, o Fundopimes.
"Nenhum contrato da prefeitura com o Fundopimes foi firmado durante o governo Britto", disse Raul Pont.
O título da revista "Dito e Feito", destinada a eleitores das classes A e B, é igual ao de uma publicação editada pela prefeitura na administração do ex-prefeito petista Tarso Genro (93/96).
De acordo com Pont, essa é mais uma prova de que os aliados de Britto querem confundir o eleitorado do Estado.



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