São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Superávit, como fazer

A proposta levada ontem a Lula pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento) prevê que a decisão governamental de elevar o superávit primário em 0,5% do PIB (equivalente a R$ 14,24 bi) será implementada com aumento de receitas de R$ 6,6 bi e cortes de R$ 7,6 bi. Quase toda a receita adicional virá de dividendos das estatais (BNDES e Petrobras). O restante ficará por conta do aumento nos pagamentos de royalties devido à escalada do preço do petróleo.
O corte de despesas proposto atinge praticamente todos os ministérios. Haverá ainda remanejamento de recursos para atender o reajuste do Bolsa Família, apoiar a candidatura do Rio à Olimpíada (R$ 85 mi) e liberar emendas parlamentares (cerca de R$ 1 bi).



Grita. O governo espera choro e ranger de dentes das estatais, em especial do BNDES. No ano passado, o banco não repassou dividendos à União.

Campeão 1. Relatório do TCU sobre as contas do governo federal aponta o Dnit, órgão que cuida das estradas, como responsável por 38 das 77 obras com indícios de irregularidades graves. Na seqüência, aparecem o Ministério da Integração e o Dnocs.

Campeão 2. Com um dos orçamentos mais gordos da Esplanada, o Dnit é feudo do PR e está subordinado ao ministro Alfredo Nascimento. Seu diretor, Luiz Antonio Pagot, foi indicado pelo governador Blairo Maggi (MT).

Prévia. Em tempos de Operação João de Barro, que flagrou desvios em projetos do PAC, o TCU diz que, em 2007, houve 20 irregularidades graves em 128 obras. Em 11 delas, a execução foi bloqueada.

Laços 1. Quem estava próximo de José Serra quando o governador recebeu a notícia da morte de Ruth Cardoso relata que ele ficou profundamente abalado. Os dois tinham amizade muito próxima. Amigos brincavam que a mulher de FHC era de longe a maior serrista da família.

Laços 2. Foi Serra quem avisou a Lula da morte da ex-primeira-dama. Diante do acontecido, o governador havia telefonado para o chefe-de-gabinete, Gilberto Carvalho, para cancelar uma reunião de trabalho que teria amanhã no Planalto.

Otimista. Um amigo que conversou longamente com Ruth no domingo achou-a, apesar do problema de saúde, animada e bem disposta, só reclamando da dependência de médicos e remédios.

InBev. Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) ganharam o apelido de "Brahma e Antarctica". Como as marcas de cerveja, os dois candidatos a prefeito "têm o mesmo controlador".

Censo. Marcelo Crivella (PRB-RJ) mantém cadastro com todo tipo de informação -inclusive orientação religiosa- dos moradores do morro da Providência, sob a justificativa de que eram potenciais beneficiários do Cimento Social, projeto embargado ontem pela Justiça Eleitoral.

Com que roupa? Menos de uma semana antes da convenção do PSB, ainda não se sabe ao certo em Belo Horizonte se a aliança com o PSDB de Aécio Neves será formal ou não. "O importante é que, na prática, estaremos juntos", afirma, algo conformado, o candidato Márcio Lacerda.

Atração fatal. Na reta final, não foi só em São Paulo que o PC do B cedeu aos apelos do PT. O partido bateu o pé o quanto pôde, mas acabou fechando apoio aos petistas Walter Pinheiro, em Salvador, e João da Costa, em Recife. Mesmo sem a exigida contrapartida no Rio de Janeiro.

Carreira. Ticiano Toffoli (PT), irmão do advogado-geral da União, José Antônio Dias Toffoli, será candidato a vice-prefeito na chapa de Mário Bulgarelli (PDT), que tenta a reeleição em Marília.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Para sair do traço de audiência, a TV Brasil bem poderia levar ao ar um "reality show" acompanhando lance por lance a luta interna na direção da estatal."

De EDUARDO GRAEFF , secretário-geral da Presidência na gestão FHC, sobre as recentes divergências e defecções nos quadros da emissora de televisão criada pelo governo Lula.

Contraponto

Beija, beija...

Na última etapa de seu esforço para ver aprovado um empréstimo de US$ 1 bilhão ao Rio Grande do Sul, Pedro Simon (PMDB-RS) teve que dobrar Ideli Salvatti (PT-SC), relatora da matéria na Comissão de Assuntos Econômicos. O senador, que não tem boa relação com a colega, surpreendeu-se ao saber que seu voto seria favorável.
-Vou dar um beijo nela!-, prometeu Simon.
Ao ouvir o comentário, Ideli sorriu amarelo. Algo arrependido, Simon já ia mudar de assunto, mas Eduardo Suplicy (PT-SP) resolveu promover a paz:
-Pára a sessão! Agora tem que beijar...
Simon então deu um beijo discreto em Ideli. Na mão.


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