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CABEÇA DE ARTISTA
Artistas se encontram com presidenciável em evento organizado por Patrícia Pillar em São Paulo
"Petista moderno" diz apoiar candidato
ARMANDO ANTENORE
DA REPORTAGEM LOCAL
"Petista moderno vota em Ciro Gomes." Foi assim, com uma
provocação, que o diretor teatral
Gabriel Vilela justificou sua presença no encontro de anteontem
à noite entre artistas e o candidato do PPS. A reunião ocorreu em
São Paulo. "Considero-me um
petista moderno, portanto..."
O diretor lembrou que, em
eleições passadas, já ergueu
"muita bandeira do PT". "Fiz
campanha para a Erundina, para a Marta... Vesti vermelho e
usei estrelinha." Agora, porém,
julga que chegou "o momento
de mudar". "Vou de Ciro por
duas razões: ele entende de macroeconomia, e o Lula afrouxou
o discurso. Ficou manso."
Poucos metros à frente, o cineasta Sergio Bianchi -autor
de "Cronicamente Inviável", um
ácido retrato do Brasil atual-
insistia em driblar a reportagem.
"Nem adianta perguntar. Não
escolhi meu candidato. Estou a
leilão." Inquieto, sob pesados
óculos escuros, riu da própria
piada, mas logo recuou: "Esquece o papo de leilão. É brincadeira, hein? Pelo amor de Deus...".
Sem o sarcasmo de Vilela,
Tom Cavalcante, Marco Nanini
e Juca de Oliveira também se disseram partidários de Ciro. A
maioria dos famosos presentes,
no entanto, preferiu engrossar o
time de Bianchi: sim, o sambista
Jair Rodrigues, os atores Marcos
Frota e John Herbert, as atrizes
Mayara Magri e Ruth Escobar, a
cantora Luciana Mello e o cineasta Ugo Giorgetti estavam
realmente ali; não, ainda não sabiam em quem votar.
E por que estavam ali? Bem:
atendiam um convite da "amiga", da "querida", da "maravilhosa" Patrícia Pillar. Ou então:
em nome da "democracia", do
"debate cívico", da "consciência
política", queriam ouvir as propostas do presidenciável.
"O Ciro é um cara bacana. Mas
o Lula é um cara comprometido.
E o Serra... que cara preparado!",
comentou Frota. "Vou às urnas
como cidadã", explicou Luciana.
"Só que dou entrevistas como
artista. E o artista não deve falar
pelo cidadão, compreende?"
Giorgetti emendou com raciocínio ainda mais complexo.
"Não decidi meu voto. Ou melhor: talvez já tenha decidido,
mas resolvi escutar o Ciro porque não excluo candidaturas por
enquanto."
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