São Paulo, quinta-feira, 25 de julho de 2002

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CABEÇA DE ARTISTA

Artistas se encontram com presidenciável em evento organizado por Patrícia Pillar em São Paulo

"Petista moderno" diz apoiar candidato

ARMANDO ANTENORE
DA REPORTAGEM LOCAL

"Petista moderno vota em Ciro Gomes." Foi assim, com uma provocação, que o diretor teatral Gabriel Vilela justificou sua presença no encontro de anteontem à noite entre artistas e o candidato do PPS. A reunião ocorreu em São Paulo. "Considero-me um petista moderno, portanto..."
O diretor lembrou que, em eleições passadas, já ergueu "muita bandeira do PT". "Fiz campanha para a Erundina, para a Marta... Vesti vermelho e usei estrelinha." Agora, porém, julga que chegou "o momento de mudar". "Vou de Ciro por duas razões: ele entende de macroeconomia, e o Lula afrouxou o discurso. Ficou manso."
Poucos metros à frente, o cineasta Sergio Bianchi -autor de "Cronicamente Inviável", um ácido retrato do Brasil atual- insistia em driblar a reportagem. "Nem adianta perguntar. Não escolhi meu candidato. Estou a leilão." Inquieto, sob pesados óculos escuros, riu da própria piada, mas logo recuou: "Esquece o papo de leilão. É brincadeira, hein? Pelo amor de Deus...".
Sem o sarcasmo de Vilela, Tom Cavalcante, Marco Nanini e Juca de Oliveira também se disseram partidários de Ciro. A maioria dos famosos presentes, no entanto, preferiu engrossar o time de Bianchi: sim, o sambista Jair Rodrigues, os atores Marcos Frota e John Herbert, as atrizes Mayara Magri e Ruth Escobar, a cantora Luciana Mello e o cineasta Ugo Giorgetti estavam realmente ali; não, ainda não sabiam em quem votar.
E por que estavam ali? Bem: atendiam um convite da "amiga", da "querida", da "maravilhosa" Patrícia Pillar. Ou então: em nome da "democracia", do "debate cívico", da "consciência política", queriam ouvir as propostas do presidenciável.
"O Ciro é um cara bacana. Mas o Lula é um cara comprometido. E o Serra... que cara preparado!", comentou Frota. "Vou às urnas como cidadã", explicou Luciana. "Só que dou entrevistas como artista. E o artista não deve falar pelo cidadão, compreende?"
Giorgetti emendou com raciocínio ainda mais complexo. "Não decidi meu voto. Ou melhor: talvez já tenha decidido, mas resolvi escutar o Ciro porque não excluo candidaturas por enquanto."



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