São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2006

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Painel

Renata Lo Prete
painel@uol.com.br

Olhar externo

Análise da consultoria de risco Eurasia Group sobre os números do Datafolha situa entre 60% e 70% as chances de Lula liquidar a eleição no primeiro turno, e entre 80% e 90% a probabilidade de o petista conseguir um segundo mandato. O documento considera que os resultados da pesquisa, realizada uma semana depois do início da propaganda na TV, indicam eficiência dos programas de Lula. "O horário gratuito dá a Alckmin a oportunidade de se tornar conhecido nacionalmente, mas também oferece a Lula a chance de capitalizar a percepção positiva sobre a economia."
A consultoria prevê crescimento de Alckmin, mas "modesto", e aposta que o tucano, em algum momento, recorrerá à chamada campanha negativa.

Day after. Em reunião ontem com Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP), Lula discutiu os termos da "coalizão" para um eventual segundo mandato, que teria o PMDB como protagonista. O presidente fez questão de sempre falar na condicional.

Mano. Enquanto Alckmin usa o termo "rapaziada" para se referir aos jovens no seu programa de TV, Lula fará ato em 2 de setembro na Cidade de Deus, no Rio, com funkeiros, rappers, entidades estudantis e movimentos sociais.

Híbrido. Prefeito de Iguatu, Agenor Neto se desfiliou do PSDB e anunciou a criação do primeiro comitê "Lulu" (Lula e Lúcio Alcântara) no Ceará. Ele foi um dos vários tucanos a comparecer ao encontro do vice-presidente, José Alencar, com mais de 80 prefeitos ontem, em Fortaleza.

Solitário. Tasso Jereissati tem enfrentado outro dissabor: muitos prefeitos e candidatos a deputado se recusam a acompanhá-lo na caravana pró-Alckmin pelo interior do Ceará. Descontente com a situação no Estado, o presidente do PSDB anunciou ontem uma "greve de silêncio".

Guinada 1. A onda Lula atingiu até o ex-relator da CPI dos Bingos, Garibaldi Alves. Candidato ao governo do Rio Grande do Norte, o senador peemedebista vinha perdendo a dianteira na disputa para Wilma Faria (PSB), aliada oficial do presidente.

Guinada 2. Na estratégia para manter a liderança, Garibaldi liberou aliados para colocar elogios a Lula na propaganda dos candidatos do PMDB à Assembléia e à Câmara. Ele permanece "neutro", mas a sigla toda "lulou", capitaneada pelo deputado Henrique Eduardo Alves.

Freio. Aprovado por pesquisas internas, o tom mais ameno do último programa de Aloizio Mercadante deverá ditar suas futuras aparições na TV. A ofensiva contra José Serra (PSDB) teve pouca eficácia pois o petista ainda é desconhecido do eleitor.

Foco. Coordenador das campanhas de Lula e Mercadante, Paulo Frateschi se concentrou na reeleição do presidente em reunião ontem na Federação Paulista de Futebol. O candidato do PT ao governo anda em baixa com os cartolas desde que criticou a CBF.

Tapetão. A coligação do governador João Alves (PFL-SE) conseguiu barrar na Justiça a divulgação de pesquisa Ibope prevista para hoje. Ela havia sido encomendada pela afiliada da Rede Globo, de propriedade de seu aliado Albano Franco (PSDB).

Dendê. Na Bahia, Jaques Wagner vocifera contra a "panelinha" do PFL. ACM Neto responderá ao petista acusando-o de pertencer ao "panelão do mensalão", e usará imagens de Delúbio Soares, Silvio Pereira e Marcos Valério.

Munição. Mendonça Filho (PE) foi aconselhado por marqueteiros a segurar ataques contra Humberto Costa. O pefelista vê mais chance de vitória num eventual segundo turno com o petista do que com Eduardo Campos (PSB).

Pressa. Vice no Conselho de Ética do Senado, Demóstenes Torres (PFL-GO) procurou ontem, sem sucesso, o presidente do órgão, João Alberto (PMDB-MA). Queria autorização para despachar a abertura de processos contra acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas.

Tiroteio

É inacreditável como as malandragens do presidente, chefe supremo das transgressões praticadas pelo PT, ainda conseguem atrair candidatos de outros partidos.


Do vereador paulistano JOSÉ ANÍBAL (PSDB) sobre a debandada de apoiadores de Geraldo Alckmin rumo à candidatura de Lula.

Contraponto

Fome zero

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, participou ontem da reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, no Palácio do Planalto.
Por serem longas, tais reuniões sempre contam com guloseimas, sucos e café.
Após uma hora e meia de debates, Skaf saiu à procura da mesa do lanche, mas ela ainda não tinha sido montada.
Visivelmente irritado, comentou com outro conselheiro:
-Querem nos matar de fome? Da próxima vez, vou ser obrigado a trazer uma lancheira.


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