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Painel
Renata Lo Prete
painel@uol.com.br
Olhar externo
Análise da consultoria de risco Eurasia Group sobre
os números do Datafolha situa entre 60% e 70% as
chances de Lula liquidar a eleição no primeiro turno,
e entre 80% e 90% a probabilidade de o petista conseguir um segundo mandato. O documento considera
que os resultados da pesquisa, realizada uma semana
depois do início da propaganda na TV, indicam eficiência dos programas de Lula. "O horário gratuito dá
a Alckmin a oportunidade de se tornar conhecido nacionalmente, mas também oferece a Lula a chance de
capitalizar a percepção positiva sobre a economia."
A consultoria prevê crescimento de Alckmin, mas
"modesto", e aposta que o tucano, em algum momento, recorrerá à chamada campanha negativa.
Day after. Em reunião ontem com Renan Calheiros
(AL) e José Sarney (AP), Lula
discutiu os termos da "coalizão" para um eventual segundo mandato, que teria o
PMDB como protagonista. O
presidente fez questão de
sempre falar na condicional.
Mano. Enquanto Alckmin
usa o termo "rapaziada" para
se referir aos jovens no seu
programa de TV, Lula fará ato
em 2 de setembro na Cidade
de Deus, no Rio, com funkeiros, rappers, entidades estudantis e movimentos sociais.
Híbrido. Prefeito de Iguatu,
Agenor Neto se desfiliou do
PSDB e anunciou a criação do
primeiro comitê "Lulu" (Lula
e Lúcio Alcântara) no Ceará.
Ele foi um dos vários tucanos
a comparecer ao encontro do
vice-presidente, José Alencar,
com mais de 80 prefeitos ontem, em Fortaleza.
Solitário. Tasso Jereissati
tem enfrentado outro dissabor: muitos prefeitos e candidatos a deputado se recusam a
acompanhá-lo na caravana
pró-Alckmin pelo interior do
Ceará. Descontente com a situação no Estado, o presidente do PSDB anunciou ontem
uma "greve de silêncio".
Guinada 1. A onda Lula
atingiu até o ex-relator da CPI
dos Bingos, Garibaldi Alves.
Candidato ao governo do Rio
Grande do Norte, o senador
peemedebista vinha perdendo a dianteira na disputa para
Wilma Faria (PSB), aliada oficial do presidente.
Guinada 2. Na estratégia
para manter a liderança, Garibaldi liberou aliados para colocar elogios a Lula na propaganda dos candidatos do
PMDB à Assembléia e à Câmara. Ele permanece "neutro", mas a sigla toda "lulou",
capitaneada pelo deputado
Henrique Eduardo Alves.
Freio. Aprovado por pesquisas internas, o tom mais ameno do último programa de
Aloizio Mercadante deverá
ditar suas futuras aparições
na TV. A ofensiva contra José
Serra (PSDB) teve pouca eficácia pois o petista ainda é
desconhecido do eleitor.
Foco. Coordenador das campanhas de Lula e Mercadante,
Paulo Frateschi se concentrou na reeleição do presidente em reunião ontem na Federação Paulista de Futebol. O
candidato do PT ao governo
anda em baixa com os cartolas
desde que criticou a CBF.
Tapetão. A coligação do governador João Alves (PFL-SE) conseguiu barrar na Justiça a divulgação de pesquisa
Ibope prevista para hoje. Ela
havia sido encomendada pela
afiliada da Rede Globo, de
propriedade de seu aliado Albano Franco (PSDB).
Dendê. Na Bahia, Jaques
Wagner vocifera contra a "panelinha" do PFL. ACM Neto
responderá ao petista acusando-o de pertencer ao "panelão
do mensalão", e usará imagens de Delúbio Soares, Silvio
Pereira e Marcos Valério.
Munição. Mendonça Filho
(PE) foi aconselhado por marqueteiros a segurar ataques
contra Humberto Costa. O
pefelista vê mais chance de vitória num eventual segundo
turno com o petista do que
com Eduardo Campos (PSB).
Pressa. Vice no Conselho de
Ética do Senado, Demóstenes
Torres (PFL-GO) procurou
ontem, sem sucesso, o presidente do órgão, João Alberto
(PMDB-MA). Queria autorização para despachar a abertura de processos contra acusados de envolvimento com a
máfia dos sanguessugas.
Tiroteio
É inacreditável como as malandragens do
presidente, chefe supremo das transgressões
praticadas pelo PT, ainda conseguem atrair
candidatos de outros partidos.
Do vereador paulistano JOSÉ ANÍBAL (PSDB) sobre a debandada de
apoiadores de Geraldo Alckmin rumo à candidatura de Lula.
Contraponto
Fome zero
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, participou ontem da reunião do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, no Palácio do Planalto.
Por serem longas, tais reuniões sempre contam com guloseimas, sucos e café.
Após uma hora e meia de debates, Skaf
saiu à procura da mesa do lanche, mas ela
ainda não tinha sido montada.
Visivelmente irritado, comentou com outro conselheiro:
-Querem nos matar de fome? Da próxima vez, vou ser
obrigado a trazer uma lancheira.
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