São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2006

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JANIO DE FREITAS

O futuro

Os países do grupo do Brasil há anos crescem cerca de 9%; e com juros que a imaginação lulista só prevê para 2010

O PROJETO da série Carochinha, apresentado solenemente pelo ministro Tarso Genro ao populoso e hipotético Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, planeja os índices econômicos para os três próximos mandatos presidenciais, mas nem com os métodos de Dona Baratinha ousa prometer crescimento para o Brasil de mais de 6% ao ano, e só a partir de 2008. Os países do grupo do Brasil, entre os "emergentes", há anos já crescem em torno de 9%, aí incluída a Argentina de Kirchner. E com juros que a imaginação lulista só prevê, por aqui, para 2010.
Neste novo volume da série Carochinha merecia figurar sentença inovadora de Alckmin, quer dizer, Geraldo, proferida como síntese do seu pensamento econômico em palestra agora para militares, no Clube de Aeronáutica. "O Brasil", receita ele, "precisa crescer para recuperar a capacidade de investimento". Foi derrubada a secular idéia de que primeiro se precisasse de investimento, para produzir a conseqüência do crescimento. Em alguma próxima palestra Geraldo, quer dizer, Alckmin, explicará como o crescimento se dará sem o investimento, que não será causa, mas conseqüência em seu governo, se eleito.
Com uma ou com outra concepção econômica para o futuro brasileiro, o importante é que foi mantido o padrão das duas mais destacadas candidaturas à Presidência.

Os artilheiros
Com leve arredondamento numérico do Datafolha referente a Minas, deduz-se que o índice de Aécio Neves, mesmo perdendo três pontos, corresponde a oito vezes o total de apoios ao segundo colocado, Nilmário Miranda. E este segundo não foi arranjo de última hora: é ex-deputado bem eleito e ex-ministro de Lula com boa presença em jornais e TV. Bem, é do PT na terra de Valério.
Quase comparável é o desempenho de Eduardo Suplicy para o Senado.
Com os sete pontos que subiu, seu índice corresponde a sete vezes o do segundo colocado, Afif Domingos. Com tal massa de apoios, e a evidência de que os recebe em todos os segmentos políticos e sociais de São Paulo, outra vez se pode concluir que Suplicy seria o candidato do PT em condições de disputar, de fato, com José Serra. Tal como, antes, na eleição para a prefeitura paulistana.

Patota
Pressionado, o senador João Alberto Souza, presidente da Comissão de Ética do Senado, recuou da salvação a priori dos três senadores acusados de sanguessugas. Pressionado, Renan Calheiros recuou da manobra protelatória. Mas os truques continuaram: a meio da confusa urgência, João Alberto viajou.


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