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JANIO DE FREITAS
O futuro
Os países do grupo do Brasil há anos crescem cerca de 9%; e com juros que a imaginação lulista só prevê para 2010
O
PROJETO da série Carochinha, apresentado solenemente pelo ministro Tarso
Genro ao populoso e hipotético
Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, planeja os índices
econômicos para os três próximos
mandatos presidenciais, mas nem
com os métodos de Dona Baratinha
ousa prometer crescimento para o
Brasil de mais de 6% ao ano, e só a
partir de 2008. Os países do grupo
do Brasil, entre os "emergentes", há
anos já crescem em torno de 9%, aí
incluída a Argentina de Kirchner. E
com juros que a imaginação lulista
só prevê, por aqui, para 2010.
Neste novo volume da série Carochinha merecia figurar sentença
inovadora de Alckmin, quer dizer,
Geraldo, proferida como síntese do
seu pensamento econômico em palestra agora para militares, no Clube
de Aeronáutica. "O Brasil", receita
ele, "precisa crescer para recuperar
a capacidade de investimento". Foi
derrubada a secular idéia de que primeiro se precisasse de investimento, para produzir a conseqüência
do crescimento. Em alguma próxima palestra Geraldo, quer dizer,
Alckmin, explicará como o crescimento se dará sem o investimento,
que não será causa, mas conseqüência em seu governo, se eleito.
Com uma ou com outra concepção econômica para o futuro brasileiro, o importante é que foi mantido
o padrão das duas mais destacadas
candidaturas à Presidência.
Os artilheiros
Com leve arredondamento numérico do Datafolha referente a Minas, deduz-se que o índice de Aécio Neves,
mesmo perdendo três pontos, corresponde a oito vezes o total de apoios ao
segundo colocado, Nilmário Miranda.
E este segundo não foi arranjo de última hora: é ex-deputado bem eleito e
ex-ministro de Lula com boa presença
em jornais e TV. Bem, é do PT na terra
de Valério.
Quase comparável é o desempenho
de Eduardo Suplicy para o Senado.
Com os sete pontos que subiu, seu índice corresponde a sete vezes o do segundo colocado, Afif Domingos. Com
tal massa de apoios, e a evidência de
que os recebe em todos os segmentos
políticos e sociais de São Paulo, outra
vez se pode concluir que Suplicy seria
o candidato do PT em condições de
disputar, de fato, com José Serra. Tal
como, antes, na eleição para a prefeitura paulistana.
Patota
Pressionado, o senador João Alberto Souza, presidente da Comissão de
Ética do Senado, recuou da salvação a
priori dos três senadores acusados de
sanguessugas. Pressionado, Renan
Calheiros recuou da manobra protelatória. Mas os truques continuaram: a
meio da confusa urgência, João Alberto viajou.
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