São Paulo, sábado, 25 de agosto de 2007

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Ex-ministro apega-se a fala de relator para reafirmar inocência

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-ministro da Secom Luiz Gushiken se apegou a uma frase do relator do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, de que o absolveria se estivesse em jogo uma condenação final com as provas disponíveis hoje, para reafirmar sua inocência.
Durante a sessão de ontem, o relator insistiu em havia indícios suficientes para abrir o processo e que era preciso investigar mais.
Por meio de nota divulgada à noite, Gushiken afirmou que está processando por supostos danos morais o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que o envolveu no suposto desvio de dinheiro do Fundo Visanet para o valerioduto. Pizzolato disse que seguia ordens do ministro Gushiken ao autorizar pagamentos antecipados à DNA, do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza.
"Nunca autorizei ou participei de qualquer desmando na gestão das verbas destinadas pelo Banco do Brasil ao Fundo Visanet", disse Gushiken.
"Lamentável", criticou o advogado José Roberto Leal de Carvalho, contratado para defender o ex-ministro no Supremo. Ele contava com a recusa da denúncia por peculato (desvio de dinheiro) contra seu cliente.
"O ministro Joaquim Barbosa chegou a dizer que não teria dúvidas em absolver Gushiken, então por que o está processando?", questionou o advogado. Carvalho acredita que a ação penal vai demorar anos.
Alberto Toron, advogado do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, criticou a decisão do STF. "Respeito a decisão, mas o recebimento da denúncia pela prática de crime de lavagem de dinheiro não tem consistência", afirmou.
Segundo Toron, o fato de a mulher de João Paulo ter ido pessoalmente a agência do banco Rural e assinado recibo de R$ 50 mil seria uma prova de que não houve crime. "O dinheiro saiu de um banco, tinha origem conhecida", disse.
O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, afirmou que a abertura de processo contra seu cliente não o surpreende, já que, segundo ele, "essa é a decisão comum, mais fácil". Ele disse que espera que Valério escape das outras acusações que ainda estão para ser analisadas pelo STF.
O advogado José Luís Mendes de Oliveira Lima, que representa o ex-ministro José Dirceu, afirmou que não comentaria análise da denúncia pelo Ministério Público enquanto ela não for concluída. O advogado de Rogério Tolentino, Paulo Sérgio Abreu e Silva, elogiou a decisão do STF que rejeitou abertura de processos contra seu cliente. "A denúncia do Ministério Pública está toda errada." A Folha não conseguiu falar com ele após decisão do STF de processar Tolentino por lavagem de dinheiro.


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