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Ex-ministro apega-se a fala de relator para reafirmar inocência
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-ministro da Secom Luiz
Gushiken se apegou a uma frase do relator do mensalão no
STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, de que o
absolveria se estivesse em jogo
uma condenação final com as
provas disponíveis hoje, para
reafirmar sua inocência.
Durante a sessão de ontem, o
relator insistiu em havia indícios suficientes para abrir o
processo e que era preciso investigar mais.
Por meio de nota divulgada à
noite, Gushiken afirmou que
está processando por supostos
danos morais o ex-diretor de
marketing do Banco do Brasil
Henrique Pizzolato, que o envolveu no suposto desvio de dinheiro do Fundo Visanet para o
valerioduto. Pizzolato disse
que seguia ordens do ministro
Gushiken ao autorizar pagamentos antecipados à DNA, do
publicitário Marcos Valério
Fernandes de Souza.
"Nunca autorizei ou participei de qualquer desmando na
gestão das verbas destinadas
pelo Banco do Brasil ao Fundo
Visanet", disse Gushiken.
"Lamentável", criticou o advogado José Roberto Leal de
Carvalho, contratado para defender o ex-ministro no Supremo. Ele contava com a recusa
da denúncia por peculato (desvio de dinheiro) contra seu
cliente.
"O ministro Joaquim Barbosa chegou a dizer que não teria
dúvidas em absolver Gushiken,
então por que o está processando?", questionou o advogado.
Carvalho acredita que a ação
penal vai demorar anos.
Alberto Toron, advogado do
deputado João Paulo Cunha
(PT-SP), ex-presidente da Câmara, criticou a decisão do
STF. "Respeito a decisão, mas o
recebimento da denúncia pela
prática de crime de lavagem de
dinheiro não tem consistência", afirmou.
Segundo Toron, o fato de a
mulher de João Paulo ter ido
pessoalmente a agência do banco Rural e assinado recibo de
R$ 50 mil seria uma prova de
que não houve crime. "O dinheiro saiu de um banco, tinha
origem conhecida", disse.
O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, afirmou
que a abertura de processo contra seu cliente não o surpreende, já que, segundo ele, "essa é a
decisão comum, mais fácil". Ele
disse que espera que Valério escape das outras acusações que
ainda estão para ser analisadas
pelo STF.
O advogado José Luís Mendes de Oliveira Lima, que representa o ex-ministro José
Dirceu, afirmou que não comentaria análise da denúncia
pelo Ministério Público enquanto ela não for concluída. O
advogado de Rogério Tolentino, Paulo Sérgio Abreu e Silva,
elogiou a decisão do STF que
rejeitou abertura de processos
contra seu cliente. "A denúncia
do Ministério Pública está toda
errada." A Folha não conseguiu falar com ele após decisão
do STF de processar Tolentino
por lavagem de dinheiro.
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