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Serra acha difícil prever peso eleitoral de Marina
Governador paulista diz que pode ser candidato à Presidência ou à reeleição
Aécio Neves diz no Rio que
o PV está mais próximo do PSDB e que gostaria de ter os verdes como aliados já no primeiro turno da sucessão
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
A saída da senadora Marina
Silva (AC) do PT, sua entrada
no PV e na disputa presidencial
de 2010 criaram um fato cujas
consequências são difíceis de
prever, disse o governador José
Serra (PSDB), que lidera as
principais pesquisas de intenção de voto à sucessão de Lula.
"Foi um fato político sem dúvida nenhuma, esse é o dado
fundamental", disse o governador de São Paulo na entrada do
Banco Mundial, em Washington, cidade onde passou o dia
para apressar um empréstimo
para estradas vicinais. "Mas como vai ser a campanha dela,
que efeito direto vai ter etc., é
muito difícil de prever."
Na pesquisa Datafolha mais
recente, Marina chega a 3% das
intenções de voto. Serra lidera
com percentuais que vão de
32% a 44%. Já Dilma Rousseff
(PT) tem entre 16% e 24%.
Serra evitou fazer análises.
"Para mim, então, que posso vir
a ser candidato, mais complicado ainda é prever e ficar falando", disse ele, respondendo a
uma pergunta da Folha.
Sim, o tucano assume que é
candidato -não diz a quê. "Vou
ser, existem possibilidades, eu
posso ir à reeleição [ao governo
estadual] e posso me candidatar a presidente. Certamente
será uma dessas duas coisas."
Indagado sobre a chamada
chapa "puro-sangue", composição com o governador Aécio
Neves (MG), ele desconversa.
"Se você falar chapa "puro-sangue", pressupõe que um vai ser
vice do outro, logo está tirando
alguém da jogada rapidamente." Para ele, Aécio "é um excelente nome também para ser
candidato a presidente".
Sobre a responsabilidade de
estar à frente nas pesquisas, diz
que os levantamentos criam o
fato político. "Isso é indiscutível. Mas eu não tenho por que
me dobrar ao fato político. A
gente tem de ter muita firmeza." E cita o sambista Lupicínio
Rodrigues: "Lembra? "Nervos
de Aço" e ficar concentrado naquilo que é importante."
Serra acha precipitado falar
tanto de sucessão como do modelo para o pré-sal. Sobre o segundo, acha que tem tempo:
"Tem de ser um processo muito debatido, com uma espécie
de audiência pública, não apenas com o Congresso, que é a
instância que vai votar, mas
também com os governos e
com os municípios das regiões
onde se vai extrair mais petróleo e com a opinião pública".
Aécio
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, disse ontem
no Rio que o PV está mais próximo do PSDB do que do PT e
que gostaria de ter os verdes como aliados já no primeiro turno. "Vejo hoje uma proximidade maior do PV conosco do que
com o próprio governo. Até
porque a ministra Marina tem
sido muito crítica em relação à
condução da política ambiental", disse Aécio após seminário
promovido por "O Globo".
Colaborou a Sucursal do Rio
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