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RIO DE JANEIRO
Candidatos empatados em segundo lugar usam estratégias diferentes no
último domingo de campanha eleitoral; petebista deixa militantes esperando
Maia se isola, e Benedita prega voto útil
FERNANDA DA ESCÓSSIA
MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO
No último domingo da campanha eleitoral do Rio, os dois candidatos empatados em segundo
lugar, Benedita da Silva (PT) e Cesar Maia (PTB), tiveram estratégias diferentes.
Benedita reuniu cerca de 700
militantes numa caminhada pela
orla de Copacabana e Ipanema
(zona sul). Maia provocou irritação em correligionários ao deixá-los esperando em Ipanema.
A petista anunciou o apoio do
ex-coordenador de Segurança
Pública do Estado Luiz Eduardo
Soares. O petebista não divulgou
novas adesões.
Benedita prometeu a presença
de Luiz Inácio Lula da Silva e José
Dirceu, dirigentes do seu partido,
na reta final da campanha carioca.
Maia, ao contrário do que chegou
a planejar, não assegurou nova
viagem do aliado Ciro Gomes
(PPS) ao Rio.
A única semelhança foi o discurso de que buscarão o eventual
apoio do adversário no segundo
turno para enfrentar o prefeito
Luiz Paulo Conde (PFL), candidato à reeleição.
O PT pregou o voto útil de esquerda. "Queremos o voto útil
dos eleitores de Leonel Brizola
(PDT) e Alexandre Cardoso
(PSB)", afirmou o presidente estadual do PT, Carlos Santana. "O
palanque que a esquerda tem não
é outro que o da Benedita da Silva", disse a candidata.
Empate
Pesquisa Datafolha feita na sexta-feira e divulgada ontem mostra
que Benedita da Silva e Cesar
Maia estão empatados em segundo lugar, com 18% das intenções
de voto para cada um.
O prefeito Conde chegou a 35%.
Leonel Brizola (PDT), com 9%,
está em quarto. A margem de erro
do levantamento é de três pontos
percentuais para mais ou para
menos.
Na disputa pelo segundo lugar,
as curvas de evolução são inversas. Maia vem caindo -tinha
26% em 26 de julho, antes de bater
nos atuais 18%. Benedita, há dois
meses, estava com 13%, 13 pontos
percentuais atrás do candidato
petebista. Considerando os eleitores que identificam o número do
candidato, Benedita (número 13)
leva vantagem sobre Maia (14):
23% a 15% dos votos válidos.
O ambiente de tensão na campanha de Cesar Maia foi exposto
de manhã. Esperado por militantes em Ipanema, não apareceu.
Por telefone, a assessoria dizia
não saber onde Maia estava.
"Acho uma falta de respeito sumir assim e deixar todo mundo
esperando", afirmou o candidato
a vereador Renato Borges. Sentados na calçada, correligionários
tentavam saber se Maia iria ou
não ao corpo-a-corpo previsto
em sua agenda.
À tarde, o candidato disse à Folha que optou por ir a pontos diversos da zona sul -exceto a orla-, acompanhado somente dos
assessores mais próximos. Segundo ele, sua intenção era fazer um
"corpo-a-corpo primário" nas
ruas internas da região, conversando com os eleitores e testando
sua popularidade.
Maia disse que não foi à orla
porque lá estão eleitores de outras
áreas e que nem sabia da presença
de militantes seus na praia. "Não
me avisaram."
Ao comentar os resultados da
pesquisa Datafolha, Maia afirmou
que as eleições têm uma "volatilidade muito grande" e que, de
acordo com suas próprias pesquisas, está em segundo lugar e irá
para o segundo turno.
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