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Lula admite tucanos no seu ministério
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, admitiu ontem a possibilidade de
integrantes do PSDB participarem de um eventual governo seu.
"Tenho de tomar todo o cuidado, senão os jornais dão manchete: "Lula faz aliança com o PSDB
para governar". Isso não me ajudaria neste momento. Acho que
tem gente boa no PSDB. Há gente
do PSDB que vamos conversar.
Como tem no PMDB e mesmo
gente sem partido", declarou, ao
ser questionado se aceitaria compor com os tucanos se eleito.
Lula participou ontem de entrevista a jornalistas de "O Estado de
S. Paulo", no auditório do jornal,
no bairro do Limão, zona norte de
São Paulo.
O petista rejeitou qualquer possibilidade de manter o atual presidente do Banco Central no cargo.
"Vamos encerrar de vez esta história: o Armínio Fraga não fica no
meu governo. O PT tem gente da
mais alta qualidade e vamos escolher um presidente do Banco
Central que tenha o perfil que nós
acreditamos", disse.
O candidato do PT recusou-se a
traçar o perfil mais indicado para
o cargo de ministro da Fazenda,
se eleito. "Isso é uma coisa tão secreta... Primeiro tenho de ganhar
as eleições. A situação nos é amplamente favorável, mas eleição e
mineração você só conhece o resultado depois da apuração. Depois vamos discutir a montagem
do ministério."
Lula afirmou que o responsável
pela área econômica não precisa
ser "necessariamente" do PT. "O
PT tem extraordinários quadros
para dirigir a economia brasileira.
Mas há extraordinários quadros
que não estão no PT ou não estão
em partido nenhum. Vamos discutir isso com nossos aliados e, no
momento certo, vocês vão saber."
Vencendo, o petista disse que
divulgará o ministério de uma vez
só. "Não vai ser à base de conta-gotas, para evitar que, por meio
de colunas de pequenas notícias,
as pessoas se auto-indiquem ministros. Vamos indicar à sociedade um pacote de ministros."
Lula comentou proposta do
presidente Fernando Henrique
Cardoso de fazer viagens internacionais com o eleito para tentar
ganhar a confiança do mercado.
"É saudável a idéia de uma transição democrática e civilizada. Mas
acho que não há tempo, porque
são 60 dias que separam a eleição
da posse, e o novo presidente tem
de articular o ministério. Já viajei
com o Fernando Henrique. É uma
boa companhia."
O petista disse manter boa relação com o tucano. "Não posso esquecer que sou um dos responsáveis pela entrada dele na política",
disse, referindo-se à campanha de
FHC para o Senado em 1978.
"Posso ir a um debate e quase ir às
vias de fato com o FHC, mas sair e
conversar normalmente."
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