São Paulo, terça-feira, 25 de setembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Em campo

Nome da preferência do Planalto para presidir o PT, Marco Aurélio Garcia cumpriu no fim de semana um pré-requisito de campanha: teve uma boa conversa com José Dirceu. O assessor de Lula espera contar com a ajuda do ex-ministro para tranqüilizar correligionários indóceis em relação à sua candidatura.
Um exemplo é João Paulo Cunha. O deputado integra um grupo de petistas que não esqueceu a atitude de Garcia diante da crise de 2005 -foi ele um dos defensores da idéia, depois abandonada, de que nenhum mensaleiro deveria ter cargo na direção partidária. Outro é Paulo Frateschi. O presidente do PT-SP brigou feio com Garcia, que então dirigia a sigla interinamente, no episódio do dossiê dos "aloprados".

Valeu. Em reunião ontem com o ex-Campo Majoritário do PT, Garcia falou por quase 50 minutos. Colocou-se "à disposição" do partido e agradeceu pelas manifestações de apoio recebidas por ocasião do incidente "top, top".

Sinais. Um grão-petista interpreta as reiteradas declarações de Ricardo Berzoini de que não pretende disputar novo mandato de presidente na eleição interna de dezembro: "Muita gente perguntou se ele queria. Mas ninguém chegou e disse "eu te apóio'".

Tô dentro. Em documento aprovado no fim de semana, o grupo Mensagem ao Partido, de Tarso Genro, oficializou a disposição de apoiar candidato de outra corrente -leia-se Marco Aurélio Garcia.

Referência. De um tradutor chinês que acompanhou a direção petista no tour pelo país: "É estranho que o presidente do PT não seja também o presidente do Brasil".

Aqui não. Era forte o rumor, ontem em Nova York, de que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, esticaria até o Brasil o giro por Venezuela e Bolívia que fará na seqüência da Assembléia Geral da ONU. Indagado sobre o assunto, Celso Amorim disse: "Não acho que tenha visita programada". Pressionado, o chanceler brasileiro foi mais direto: "Não, não tem nenhuma visita programada".

Que tal assim? Do presidente do DEM, Rodrigo Maia, reagindo à especulação de que o prefeito Gilberto Kassab poderia ser vice de Geraldo Alckmin (PSDB) em uma chapa para a eleição paulistana de 2008: "Por que não o contrário? Seria mais transparente, já que o Alckmin quer mesmo sair em 2010 para disputar o governo do Estado".

Que fase! Na mira da Procuradoria Geral da República por causa do valerioduto mineiro, o ministro das Relações Institucionais virou alvo também do aliado PP. "O Walfrido é o Rolando Lero. Ninguém mais dá crédito ao que ele fala. Foi engolido pela Dilma", diz um deputado da sigla.

Onde pega. A bronca do partido se deve ao fato de Walfrido estar tentando, até agora sem sucesso, emplacar Alan Kardec na diretoria de Abastecimento da Petrobras no lugar de Paulo Roberto Costa, da cota do PP.

Metal. Almeida Lima (PMDB-SE), da tropa de choque de Renan Calheiros (PMDB-AL), escolheu "Wind of Change", do Scorpions, como toque de seu celular. O senador demora a atender as chamadas apenas para ouvir a música de sua predileção.

Ebulição. A reunião da bancada do PT no Senado deve esquentar hoje. A líder Ideli Salvatti (SC) e Aloizio Mercadante (SP) não se entendem sobre como o partido deve agir em relação às outras representações contra Renan.

Visita à Folha. Abram Szajman, presidente da Fecomercio, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Antonio Carlos Borges, diretor-executivo, e de Carlos Tavares, assessor da presidência.

Tiroteio

"Quando Lula diz que inexiste prova contra José Dirceu não está apoiando seu ex-ministro, e sim praticando autodefesa".
Do líder do PPS na Câmara, FERNANDO CORUJA (SC), sobre declaração do presidente em entrevista ao jornal "The New York Times".

Contraponto

Conta outra

Na quinta-feira à noite, uma vez encerrada a discussão sobre os destaques à emenda que prorroga a CPMF, Vicentinho (PT-SP) resolveu subir à tribuna para homenagear o tradicional Bar da Rosa, em São Bernardo do Campo, que fica ao lado do Sindicato dos Metalúrgicos e no passado teve Lula entre seus freqüentadores:
-Chamávamos o bar de subsede. Depois de reuniões tensas, íamos para lá tomar... importantes decisões!
O plenário riu, e o deputado continuou:
-Ali trocávamos idéias, relaxávamos, e eu bebia leite...
Em clima descontraído, um colega rebateu:
-E eu ainda sou virgem, aos 50 e pai de três filhos!


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