São Paulo, terça-feira, 25 de setembro de 2007

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MST invade prédios públicos e faz protestos em 10 Estados

Movimento pressiona governo federal a assentar 150 mil famílias em todo o país

José Batista de Oliveira, da direção nacional do MST, diz que famílias continuam à espera de créditos, casas, escolas e assistência técnica

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
Militantes do MST invadem a sede do Incra em São Paulo, no bairro de Santa Cecília, para exigir assentamento de 3.000 famílias


DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO
DA FOLHA ONLINE

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) realizou manifestações ontem em pelo menos dez Estados (SP, RJ, MG, MA, SC, AL, CE, MT, GO e PB). Houve invasões a superintendências do Incra, protestos em frente a órgãos ligados ao Ministério da Fazenda e bloqueios de rodovias. Nas contas do MST, cerca de 8.000 pessoas participaram dos atos.
Segundo o movimento, haverá mobilização durante toda a semana para pressionar o governo federal a assentar 150 mil famílias acampadas no Brasil.
"As famílias continuam à espera de créditos, de assistência técnica, de moradias, de escolas. Havia um compromisso desde a marcha de 2005", afirma José Batista de Oliveira, da direção nacional do MST.
Em São Paulo, cerca de 600 integrantes do MST invadiram o Incra para cobrar o assentamento imediato das 3.000 famílias acampadas nas estradas paulistas, e outros 800 (segundo o movimento) fizeram protesto em frente à Secretaria de Justiça do Estado -que disse que o número de manifestantes não passava de cem.
No Rio, cerca de 400 integrantes do MST acamparam em frente ao prédio do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para protestar contra a falta de linhas de crédito para o campo e cobrar o assentamento de 1.200 famílias acampadas.
Em Fortaleza (CE), cerca de 1.500 sem-terra invadiram o prédio do Incra para reivindicar uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para agilizar a reforma agrária.
Também houve manifestações em órgãos ligados ao Ministério da Fazenda em Florianópolis, Cuiabá, Goiânia e João Pessoa. Segundo Oliveira, "a política econômica define as prioridades deste governo. As grandes decisões passam pelo ministério. A nossa avaliação é que não está sendo dada prioridade para a reforma agrária".
Em Belo Horizonte (MG), cerca de 400 trabalhadores sem-terra invadiram a sede do Incra. Não houve interrupção do funcionamento do órgão.
Em Santa Catarina, além da capital (onde ocorreu protesto na Assembléia Legislativa), houve invasão ao Incra em Chapecó. A sede do instituto também foi alvo dos manifestantes em São Luís (MA).
Em Mato Grosso, cerca de 300 trabalhadores fizeram uma vigília em frente ao prédio da Receita em Cuiabá. Outro grupo bloqueou um trecho da BR-163 entre Itaúba e Sinop.
Em Alagoas, 2.000 pessoas se reuniram em uma manifestação em frente ao prédio do Incra em Maceió, segundo o MST. Em Goiânia, os protestos também ocorreram diante da sede local do Incra. A Folha entrou em contato com o Incra ontem. Até a conclusão desta edição, o órgão não se pronunciou.


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