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MST invade prédios públicos e faz protestos em 10 Estados
Movimento pressiona governo federal a assentar 150 mil famílias em todo o país
José Batista de Oliveira, da direção nacional do MST, diz que famílias continuam à espera de créditos, casas, escolas e assistência técnica
Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
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Militantes do MST invadem a sede do Incra em São Paulo, no bairro de Santa Cecília, para exigir assentamento de 3.000 famílias |
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO
DA FOLHA ONLINE
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)
realizou manifestações ontem
em pelo menos dez Estados
(SP, RJ, MG, MA, SC, AL, CE,
MT, GO e PB). Houve invasões
a superintendências do Incra,
protestos em frente a órgãos ligados ao Ministério da Fazenda
e bloqueios de rodovias. Nas
contas do MST, cerca de 8.000
pessoas participaram dos atos.
Segundo o movimento, haverá mobilização durante toda a
semana para pressionar o governo federal a assentar 150 mil
famílias acampadas no Brasil.
"As famílias continuam à espera de créditos, de assistência
técnica, de moradias, de escolas. Havia um compromisso
desde a marcha de 2005", afirma José Batista de Oliveira, da
direção nacional do MST.
Em São Paulo, cerca de 600
integrantes do MST invadiram
o Incra para cobrar o assentamento imediato das 3.000 famílias acampadas nas estradas
paulistas, e outros 800 (segundo o movimento) fizeram protesto em frente à Secretaria de
Justiça do Estado -que disse
que o número de manifestantes
não passava de cem.
No Rio, cerca de 400 integrantes do MST acamparam
em frente ao prédio do BNDES
(Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social)
para protestar contra a falta de
linhas de crédito para o campo
e cobrar o assentamento de
1.200 famílias acampadas.
Em Fortaleza (CE), cerca de
1.500 sem-terra invadiram o
prédio do Incra para reivindicar uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
para agilizar a reforma agrária.
Também houve manifestações em órgãos ligados ao Ministério da Fazenda em Florianópolis, Cuiabá, Goiânia e João
Pessoa. Segundo Oliveira, "a
política econômica define as
prioridades deste governo. As
grandes decisões passam pelo
ministério. A nossa avaliação é
que não está sendo dada prioridade para a reforma agrária".
Em Belo Horizonte (MG),
cerca de 400 trabalhadores
sem-terra invadiram a sede do
Incra. Não houve interrupção
do funcionamento do órgão.
Em Santa Catarina, além da
capital (onde ocorreu protesto
na Assembléia Legislativa),
houve invasão ao Incra em
Chapecó. A sede do instituto
também foi alvo dos manifestantes em São Luís (MA).
Em Mato Grosso, cerca de
300 trabalhadores fizeram
uma vigília em frente ao prédio
da Receita em Cuiabá. Outro
grupo bloqueou um trecho da
BR-163 entre Itaúba e Sinop.
Em Alagoas, 2.000 pessoas se
reuniram em uma manifestação em frente ao prédio do Incra em Maceió, segundo o MST.
Em Goiânia, os protestos também ocorreram diante da sede
local do Incra. A Folha entrou
em contato com o Incra ontem.
Até a conclusão desta edição, o
órgão não se pronunciou.
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