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Petistas articulam Garcia para presidir sigla
Grupo majoritário do PT vai apresentar o nome do assessor de Lula aos seus líderes estaduais; eleição interna é em dezembro
Berzoini nega pedido de deputados para concorrer de novo; reunião em SP tem críticas à demora de uma audiência do PT com Lula
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Coordenadores da corrente
mais numerosa no PT, a CNB
(Construindo um Novo Brasil,
ex-Campo Majoritário), definiram ontem que o nome de Marco Aurélio Garcia, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será submetido aos integrantes da corrente
nos Estados como provável
candidato à presidência do partido, nas eleições diretas da sigla marcadas para dezembro.
O nome do candidato será
definido entre os próximos dias
6 e 7, em reunião mais ampla da
corrente, que deteve cerca de
55% dos delegados do último
congresso petista. As outras
correntes também deverão ter
candidatos próprios.
Segundo o secretário de Comunicação do PT e coordenador da corrente, Gleber Naime,
o presidente do partido, Ricardo Berzoini (SP), voltou a recusar, ontem, o pedido feito por
parlamentares -dos 83 deputados federais, 40 são da CNB-
para que tentasse a reeleição.
Berzoini, em cuja gestão estourou o escândalo dos petistas
que tentaram adquirir um dossiê contra políticos do PSDB,
alegou razões familiares para
recusar a idéia.
Garcia também participou da
reunião, ocorrida num hotel de
São Paulo e, à saída, confirmou
a pré-candidatura. Negou que a
proximidade com Lula o prejudique: "Não atrapalha. Ter o
nome vinculado ao presidente
é uma coisa muito boa. Que eu
saiba, o presidente é filiado ao
PT, foi eleito no PT. Mas eu não
sou candidato do Planalto, quero deixar bem claro isso. Se eu
fosse candidato, seria candidato de um grupo expressivo e hoje majoritário no PT".
A Folha acompanhou cinco
minutos da reunião, momento
em que houve críticas a uma
suposta demora do Palácio do
Planalto em marcar uma audiência com Lula, pedida pela
direção do PT, segundo os oradores, "há 20 dias". Eles queriam ouvir a opinião de Lula
sobre os eventuais candidatos.
A organização do evento então localizou e pediu que o repórter se retirasse da sala. Não
era pedida identificação às pessoas que entravam no local.
No início da noite, o Planalto
negou que esteja "pendente"
algum pedido de audiência
protocolado pela direção do
PT. Berzoini disse "não ter ouvido" a reclamação presenciada pela Folha.
Parte da reunião foi acompanhada pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. À saída,
disse que fora apenas "visitar
amigos" e negou que tivesse algo a falar sobre as negociações
internas do PT. "Se eu falasse...", disse, sorrindo. Também
participaram os deputados federais João Paulo Cunha (SP) e
Paulo Rocha (SP) e o ex-deputado Professor Luizinho (SP),
réus, junto com Dirceu, no processo do mensalão que tramita
no Supremo Tribunal Federal.
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