São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 2000

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Diretor de associação dos PMs diz que movimento vai continuar

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A greve dos policiais militares de Pernambuco vai continuar. A informação é do diretor da Associação dos Cabos e Soldados do Estado e um dos líderes do movimento, Moisés Filho.
"O governo não vai nos intimidar", declarou o soldado, que faz parte da lista de 318 policiais punidos ontem pelo Estado. "Querem enfraquecer nosso movimento, mas não vão conseguir", afirmou.
Segundo Moisés Filho, 96% dos cerca de 18 mil cabos, soldados e sargentos da PM e dos bombeiros aderiram ao movimento. O governo estima que apenas 30% da categoria participa da greve.
Os PMs reivindicam reajuste no soldo, de aproximadamente R$ 75 para R$ 151, o que elevaria o vencimento mensal de um soldado em início de carreira dos atuais R$ 600 para R$ 900.
O governo do Estado oferece soldo de R$ 130 a partir de fevereiro, mas não garante a atual vinculação existente entre o soldo e as gratificações, o que é visto com desconfiança pelas tropas.

Contraproposta
Ontem, os grevistas acenaram com a possibilidade de fazer uma contraproposta ao Estado, com base nos mesmos R$ 130 oferecidos pelo governo.
Segundo Moisés Filho, a categoria abriria mão dos R$ 151 de soldo, mas exigiria em troca a manutenção do vínculo entre o piso e as gratificações. Outra exigência seria a anistia dos 318 policiais punidos até ontem.
"Não aceitamos demissões, transferências, prisões ou o desconto dos dias parados", afirmou. "E queremos que isso seja publicado no "Diário Oficial'", declarou o líder da greve.
O governo do Estado, no entanto, informou que não negocia com os policiais em greve e que não vai recuar nas punições.
"Essa greve aconteceu porque na primeira paralisação, em 97, os policiais não foram punidos", disse o procurador-geral do Estado, Silvio Pessoa.
"Se não agirmos com dureza agora, vai haver a terceira greve, a quarta greve, e assim por diante", afirmou. Ainda segundo o procurador, o governo não vai modificar a proposta feita. (FG)


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