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Para assessor econômico petista, FHC vai ser "fiador" de governo Lula
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Numa indicação de que as mudanças na política econômica a
serem promovidas pelo PT não
levarão a rupturas, Guido Mantega, um dos principais assessores
econômicos do partido, disse ontem contar com o presidente Fernando Henrique Cardoso na posição de fiador de um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Não romper com os pilares da
atual política econômica, não significa, no entanto, que o PT endossaria automaticamente um
aumento da meta de superávit
primário (economia de gastos para pagamento de juros).
Para Mantega, o cenário que se
esboça para os próximos meses
não aponta para a necessidade de
aperto maior nas contas públicas.
O aumento da meta de superávit
deverá ser discutido na revisão do
acordo do FMI (Fundo Monetário Internacional) prevista para
ocorrer em novembro.
Para os investidores, o tamanho
do superávit indica a capacidade
que o governo terá de honrar suas
dívidas no futuro. Cortar gastos,
por outro lado, diminui a capacidade do governo de investimento
no país. Significa também, em
princípio, menos crescimento
econômico.
Mantega reiterou que o PT fará
o "superávit primário que for necessário". Segundo o economista
do PT, no entanto, a atual meta
(de 3,75% do PIB em 2003) é suficiente para garantir aos investidores que o Brasil honrará seus
compromissos.
Para sustentar sua posição, o
economista traça um cenário positivo em que o dólar vai começar
a se desvalorizar, os juros terão espaço para cair, e o crescimento
econômico será retomado.
Apoio de FHC
Um ponto importante para que
suas expectativas otimistas aconteçam é o apoio de FHC depois
das eleições. "Acabando as eleições, virá o bom senso, a análise
fria e mais realista. As pessoas vão
ver que os compromissos do PT
são sérios, que o governo será responsável. FHC vai ser fiador do
nosso governo. Vai dar sustentação", afirma Mantega.
Para o assessor econômico petista, o aval de FHC a Lula não pode ainda ser dado devido à campanha do candidato governista à
Presidência. Esse aval ajudará a
aumentar a confiança no governo
do PT, avalia.
"A pior situação que vivemos é
agora", afirma. Segundo Mantega, à medida que fica mais claro
quais serão o resultado do pleito
de domingo e as políticas econômicas que o PT seguirá, o mercado vai se acalmando.
O economista do PT citou as altas consecutivas da Bolsa de Valores, a queda do risco Brasil e a valorização dos títulos da dívida externa brasileira como sinais indicativos de um cenário menos turbulento e de confiança num eventual governo do PT. Enfatizou,
contudo, que, se a situação se
agravar, o PT não hesitará em fortalecer o ajuste fiscal.
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