São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 2002

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RIO GRANDE DO SUL

Segundo pesquisa Cepa, da UFRGS, candidato peemedebista tem 59,6%, contra 40,4% de concorrente petista

Rigotto está 19,2 pontos à frente de Tarso

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

Pesquisa Cepa, da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), divulgada ontem mostra que Germano Rigotto (PMDB) reforçou o favoritismo para a conquista do governo gaúcho.
A diferença de Rigotto sobre o seu adversário petista na disputa, Tarso Genro, saltou de 14,8 pontos percentuais (levantamento feito no dia 15) para 18,1 (na terça-feira) do total de intenção de votos: 56,5% a 38,4%.
Considerando exclusivamente os votos válidos (sem contar os votos indecisos e brancos e nulos), a distância é de 19,2 pontos (59,6% de Rigotto, contra 40,4% de Tarso Genro).
Foram consultados 1.763 eleitores em 49 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2,4 pontos para mais ou para menos. Os resultados foram publicados no jornal ""Zero Hora".
Na primeiro pesquisa Cepa, no dia 8, Rigotto liderava com 23 pontos (58,8% a 35,8%). Depois, Tarso cresceu, ficando 14,8 pontos atrás. Agora, os dois candidatos oscilaram e ficaram mais longe um do outro. Rigotto foi de 54,5% para 56,5%. O petista, de 39,7% para 38,4%.
A pesquisa divulgada ontem é a primeira desde o sábado, quando o Centro de Pesquisas do diário "Correio do Povo" apontou vantagem de 7,9 pontos dos votos totais a favor de Rigotto e o Ibope mostrou o candidato do PMDB 23 pontos (58% a 35%) à frente.

Reviravolta
Um eventual fracasso do candidato Tarso Genro seria histórico -uma vitória também-, no ano em que o PT obtém seu maior triunfo no país.
Mas o partido não se considera batido, apontando inconsistência e manipulação nos números do Ibope e do Cepa.
O levantamento que o Centro de Pesquisas do ""Correio do Povo" divulga hoje fundamenta as suspeitas petistas.
O instituto do jornal afirma que Germano Rigotto se mantém na dianteira, mas que a distância caiu. Na pesquisa publicada sábado, era de 7,9 pontos percentuais do total de votos (51,2% a 43,3%).
Hoje, com trabalho de campo feito ontem e anteontem, caiu para cinco pontos, com Tarso quase na margem do empate técnico. Rigotto tem 50%. Tarso, 45%. Foram ouvidos 2.013 eleitores em 81 cidades. A margem de erro do levantamento é de 2,2 pontos para mais ou para menos.

Dificuldades
Com ou sem reviravolta, a campanha do PT é marcada por enormes dificuldades. O governador Olívio Dutra (PT), no Palácio Piratini há quase quatro anos, tem a gestão mal avaliada.
O próprio partido impediu Olívio de concorrer à reeleição -o prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, venceu-o na prévia interna e abandonou o mandato para disputar o governo do Estado.
O PT tenta grudar em Rigotto a marca de governista, exibindo suas relações com o presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem foi líder na Câmara, e com o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra.

"Paz e amor"
Rigotto recusa a ""nacionalização" da campanha, mantém o tom ""paz e amor", mas não deixa de criticar o governo Olívio. Tem o apoio do PSDB, do PFL, do PPB, do PTB, do PPS e de anunciados 95% do PDT. O presidente do PDT gaúcho, Pedro Ruas, que resolveu apoiar Tarso, foi afastado por Leonel Brizola e substituído por Vieira da Cunha, pró-Rigotto.
Ontem à tarde três pessoas se feriram no centro de Porto Alegre em confronto entre adeptos das duas campanhas. À noite, haveria debate na RBS TV.


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