São Paulo, segunda-feira, 25 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SÃO PAULO

Candidato diz que, com os custos de um CEU, poderia reformar todos os centros esportivos

Serra promete "revisão geral" no Orçamento do município

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, disse ontem que o Orçamento de 2005 passará por "revisão geral", caso seja eleito. "Você não imagina que vamos trabalhar com um Orçamento que deu R$ 21 milhões só para os gastos da sala da prefeita, e do gabinete da prefeita? Não vamos manter esse Orçamento."
Segundo o site da candidata Marta Suplicy (PT), essa verba inclui gastos com o Carnaval e com investimentos da EMURB para a recuperação do centro.
Serra expôs a disposição de "adequar o Orçamento segundo prioridades" ao prometer reformar os 200 Centros Desportivos Municipais de São Paulo. Diante do CDM de Brasilândia, "às moscas", o candidato disse que o custo de um Centro Educacional Unificado (CEU) seria suficiente para recuperar todos.
"O Orçamento tem que ser reajustado para o ano que vem, sem dúvida nenhuma", afirmou.
Sem maioria na Câmara até o ano que vem -quando assumem os vereadores eleitos- Serra teria dois instrumentos para mudar o Orçamento enviado por Marta: decreto de remanejamento ou projeto de readequação.
Hoje, é permitido ao prefeito realocar até 15% do Orçamento (R$ 2,2 bilhões) sem autorização da Câmara. Mas, como existem rumores de que, neste ano, os aliados de Marta tentarão reduzir essa margem se ela não for reeleita, Serra teria, até 30 de março, para enviar um projeto de readequação ao Legislativo. Para aprovar o novo texto, são necessários 28 dos 55 votos da Câmara.
"Acredito que Serra tenha que mandar um projeto", disse o vereador Ricardo Montoro, que enviou a Serra a análise da proposta.
Ontem, enquanto Serra visitava o CDM de Brasilândia, uma eleitora de Marta, gritava "O que o Serra tem contra os CEUs?". Carregando uma criança com um boné do PT e identificando-se como Vânia Nunes, ela acompanhou Serra ao longo da caminhada.
Informado pela assessoria de que Vânia teria sido incentivada por três homens com walkie-talkie, Serra limitou-se a dizer que não estava "criticando os CEUs. Mas a falta de CDMs".
O deputado federal Alberto Goldman (PSDB-SP), no entanto, não se conteve e bateu boca com Cícera Pereira Rodrigues. Aos berros, ela dizia que Serra era a favor da Febem e fecharia os CEUs.
"É mentira", rebateu Goldman, que gritou com uma assessora do PSDB que tentou tirá-lo.
Ainda na porta do CDM, Cícera disse ter assistido à corrupção na Secretaria do Meio Ambiente do Estado, quando secretária de uma assessora. "Se você não denunciou, companheira, foi conivente", reagiu Goldman.
Na internet, a página do candidato manteve a versão de que essas mulheres foram instruídas pela campanha de Marta. Sob o título "armação", o texto elaborado pela assessoria de Serra afirma que, após a caminhada, Vânia e um outro rapaz que abordou Serra "entraram em uma Kombi com adesivos do PT".
Serra já tinha ido embora. De lá, participou de um encontro suprapartidário em Pirituba, onde recebeu o apoio do vereador Eliseu Gabriel (PSB). No discurso, Gabriel lamentou a falta de diálogo da prefeita com a sociedade e manifestou apoio a Serra. À presidente do Sindicato do Transporte Escolar, Lourdinha Rodrigues, Serra prometeu ampliar o Vai-e-Volta. Recebeu seu apoio.
No discurso, o candidato fez um apelo: "Não vamos descansar em cima de pesquisa. A parada, a luta, não está decidida".


Texto Anterior: Painel
Próximo Texto: Marta fala de obras na zona leste e pede votos por "questão de justiça"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.