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SÃO PAULO
Candidato diz que, com os custos de um CEU, poderia reformar todos os centros esportivos
Serra promete "revisão geral" no Orçamento do município
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, disse
ontem que o Orçamento de 2005
passará por "revisão geral", caso
seja eleito. "Você não imagina que
vamos trabalhar com um Orçamento que deu R$ 21 milhões só
para os gastos da sala da prefeita,
e do gabinete da prefeita? Não vamos manter esse Orçamento."
Segundo o site da candidata
Marta Suplicy (PT), essa verba inclui gastos com o Carnaval e com
investimentos da EMURB para a
recuperação do centro.
Serra expôs a disposição de
"adequar o Orçamento segundo
prioridades" ao prometer reformar os 200 Centros Desportivos
Municipais de São Paulo. Diante
do CDM de Brasilândia, "às moscas", o candidato disse que o custo de um Centro Educacional
Unificado (CEU) seria suficiente
para recuperar todos.
"O Orçamento tem que ser reajustado para o ano que vem, sem
dúvida nenhuma", afirmou.
Sem maioria na Câmara até o
ano que vem -quando assumem
os vereadores eleitos- Serra teria
dois instrumentos para mudar o
Orçamento enviado por Marta:
decreto de remanejamento ou
projeto de readequação.
Hoje, é permitido ao prefeito
realocar até 15% do Orçamento
(R$ 2,2 bilhões) sem autorização
da Câmara. Mas, como existem
rumores de que, neste ano, os
aliados de Marta tentarão reduzir
essa margem se ela não for reeleita, Serra teria, até 30 de março, para enviar um projeto de readequação ao Legislativo. Para aprovar o
novo texto, são necessários 28 dos
55 votos da Câmara.
"Acredito que Serra tenha que
mandar um projeto", disse o vereador Ricardo Montoro, que enviou a Serra a análise da proposta.
Ontem, enquanto Serra visitava
o CDM de Brasilândia, uma eleitora de Marta, gritava "O que o
Serra tem contra os CEUs?". Carregando uma criança com um boné do PT e identificando-se como
Vânia Nunes, ela acompanhou
Serra ao longo da caminhada.
Informado pela assessoria de
que Vânia teria sido incentivada
por três homens com walkie-talkie, Serra limitou-se a dizer que
não estava "criticando os CEUs.
Mas a falta de CDMs".
O deputado federal Alberto
Goldman (PSDB-SP), no entanto,
não se conteve e bateu boca com
Cícera Pereira Rodrigues. Aos
berros, ela dizia que Serra era a favor da Febem e fecharia os CEUs.
"É mentira", rebateu Goldman,
que gritou com uma assessora do
PSDB que tentou tirá-lo.
Ainda na porta do CDM, Cícera
disse ter assistido à corrupção na
Secretaria do Meio Ambiente do
Estado, quando secretária de uma
assessora. "Se você não denunciou, companheira, foi conivente", reagiu Goldman.
Na internet, a página do candidato manteve a versão de que essas mulheres foram instruídas pela campanha de Marta. Sob o título "armação", o texto elaborado
pela assessoria de Serra afirma
que, após a caminhada, Vânia e
um outro rapaz que abordou Serra "entraram em uma Kombi
com adesivos do PT".
Serra já tinha ido embora. De lá,
participou de um encontro suprapartidário em Pirituba, onde recebeu o apoio do vereador Eliseu
Gabriel (PSB). No discurso, Gabriel lamentou a falta de diálogo
da prefeita com a sociedade e manifestou apoio a Serra. À presidente do Sindicato do Transporte
Escolar, Lourdinha Rodrigues,
Serra prometeu ampliar o Vai-e-Volta. Recebeu seu apoio.
No discurso, o candidato fez um
apelo: "Não vamos descansar em
cima de pesquisa. A parada, a luta,
não está decidida".
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