São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2004

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NA CORDA BAMBA

Ministros estão cotados para deixar pastas na próxima reforma ministerial promovida por Lula

Olívio faz críticas e Costa evita ataque

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cotado para deixar o cargo na reforma ministerial, o ministro Olívio Dutra (Cidades) criticou ontem a política de ajuste fiscal, a qual, para ele, precisa de "adequações e aperfeiçoamentos".
Olívio participou ontem do seminário "Política Nacional de Desenvolvimento Urbano". No lançamento do evento, uma mensagem assinada por 17 entidades que compõem a Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental foi lida em apoio à permanência do ministro na pasta. "Uma eventual mudança será um retrocesso", diz o manifesto.
Na segunda-feira, o presidente do PT, José Genoino, convidou os ministros petistas para um jantar na Granja do Torto, onde disse a eles que o partido perderá espaço na reforma ministerial. Um dos mais cotados para sair é Olívio, embora, ontem tenha dito que "o presidente não indicou até o momento que haverá mudanças [na pasta]".
Olívio criticou o ajuste fiscal. "O governo não separa o econômico do social, mas há sempre necessidade de adequações e de aperfeiçoamentos. Vivemos um problema sério que são os recursos escassos para problemas estruturais, enormes e antigos."
No seminário de ontem, foi lançada uma publicação de oito livros da pasta sobre a política de desenvolvimento urbano. Na primeira parte da obra, há uma crítica à política econômica.
"Em nenhum país do mundo houve desenvolvimento urbano num contexto econômico de restrição ao investimento público", diz o texto. Afirma-se que houve progressos durante a gestão Lula, mas, "considera urgente" mais investimento público.
No seminário, a secretária-executiva do ministério, Ermínia Maricato, afirmou que há uma "invisibilidade das cidades perante o pensamento econômico do ajuste fiscal".

Humberto Costa
O ministro da Saúde, Humberto Costa, disse ontem não acreditar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá retirá-lo da pasta na próxima reforma ministerial. "Temos feito um trabalho sério que tem tido reconhecimento. Claro que o cargo é do presidente, mas acredito que gozo de reconhecimento por parte dele. Acredito que não haverá mudança", afirmou, após um encontro com a bancada de deputados federais do Nordeste, em Brasília.
Também tido como um dos ministros a serem substituídos por Lula, Costa evitou criticar a equipe econômica do governo, alvo de reclamações de quase toda a Esplanada.
"Temos gasto bem o dinheiro. Tão importante quanto ter orçamento é gastar o dinheiro e gastar bem. Não temos tido problema com a equipe econômica", disse o ministro da Saúde.
(LUIS RENATO STRAUSS)


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