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NA CORDA BAMBA
Ministros estão cotados para deixar pastas na próxima reforma ministerial promovida por Lula
Olívio faz críticas e Costa evita ataque
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cotado para deixar o cargo na
reforma ministerial, o ministro
Olívio Dutra (Cidades) criticou
ontem a política de ajuste fiscal,
a qual, para ele, precisa de "adequações e aperfeiçoamentos".
Olívio participou ontem do seminário "Política Nacional de
Desenvolvimento Urbano". No
lançamento do evento, uma
mensagem assinada por 17 entidades que compõem a Frente
Nacional pelo Saneamento Ambiental foi lida em apoio à permanência do ministro na pasta.
"Uma eventual mudança será
um retrocesso", diz o manifesto.
Na segunda-feira, o presidente
do PT, José Genoino, convidou
os ministros petistas para um
jantar na Granja do Torto, onde
disse a eles que o partido perderá
espaço na reforma ministerial.
Um dos mais cotados para sair é
Olívio, embora, ontem tenha dito que "o presidente não indicou
até o momento que haverá mudanças [na pasta]".
Olívio criticou o ajuste fiscal.
"O governo não separa o econômico do social, mas há sempre
necessidade de adequações e de
aperfeiçoamentos. Vivemos um
problema sério que são os recursos escassos para problemas estruturais, enormes e antigos."
No seminário de ontem, foi
lançada uma publicação de oito
livros da pasta sobre a política de
desenvolvimento urbano. Na
primeira parte da obra, há uma
crítica à política econômica.
"Em nenhum país do mundo
houve desenvolvimento urbano
num contexto econômico de
restrição ao investimento público", diz o texto. Afirma-se que
houve progressos durante a gestão Lula, mas, "considera urgente" mais investimento público.
No seminário, a secretária-executiva do ministério, Ermínia Maricato, afirmou que há
uma "invisibilidade das cidades
perante o pensamento econômico do ajuste fiscal".
Humberto Costa
O ministro da Saúde, Humberto Costa, disse ontem não acreditar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá retirá-lo da
pasta na próxima reforma ministerial. "Temos feito um trabalho sério que tem tido reconhecimento. Claro que o cargo é do
presidente, mas acredito que gozo de reconhecimento por parte
dele. Acredito que não haverá
mudança", afirmou, após um
encontro com a bancada de deputados federais do Nordeste,
em Brasília.
Também tido como um dos
ministros a serem substituídos
por Lula, Costa evitou criticar a
equipe econômica do governo,
alvo de reclamações de quase toda a Esplanada.
"Temos gasto bem o dinheiro.
Tão importante quanto ter orçamento é gastar o dinheiro e gastar bem. Não temos tido problema com a equipe econômica",
disse o ministro da Saúde.
(LUIS RENATO STRAUSS)
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