São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2004

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Chefe do Incra diz que não atacou o agronegócio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dizendo-se tranqüilo, o presidente do Incra, Rolf Hackbart, afirmou ontem que a imprensa exagerou e tirou de contexto suas declarações feitas contra o agronegócio um dia antes. Ele disse que "infelizmente" alguns fazendeiros são contrários à reforma agrária.
"Houve um exagero da imprensa, com algumas declarações tiradas de contexto. E de jeito nenhum houve algo generalizado. O que disse é que infelizmente alguns [fazendeiros] ainda partem para práticas como os crimes ambientais, o trabalho escravo. Os resultados de Unaí [morte de três fiscais do Trabalho] e de Felisburgo [chacina de cinco sem-terra] estão aí", disse Hackbart.
O presidente do Incra recebeu ontem telefonemas elogiosos ao seu discurso de anteontem, como de parlamentares, membros de órgãos públicos e assessores de José Dirceu (Casa Civil).
Por outro lado, ele ontem também recebeu pedidos de interlocutores do presidente Lula para que buscasse uma forma de contornar a tensão criada com o agronegócio. Foi exatamente o que fez.
Em resposta a Hackbart, o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) disse que o agrobusiness é "o maior negócio do país" e que dele fazem parte até os sem-terra. Afirmou que é preciso esclarecer "o que é o agronegócio" para "eliminar falácias".
"Todo mundo faz parte do agronegócio. Inclusive os sem-terra, desde que tenham vinculação formal."
Ao falar aos sem-terra do "orçamento limitado" ("Queremos que os recursos venham logo. Não adianta chegarem no Natal e no Ano Novo. Aguardo uma suplementação"), Hackbart o fez de caso pensado e sob o crivo de Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário).


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