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Chefe do Incra diz que não atacou
o agronegócio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dizendo-se tranqüilo, o
presidente do Incra, Rolf
Hackbart, afirmou ontem
que a imprensa exagerou e
tirou de contexto suas declarações feitas contra o agronegócio um dia antes. Ele
disse que "infelizmente" alguns fazendeiros são contrários à reforma agrária.
"Houve um exagero da
imprensa, com algumas declarações tiradas de contexto. E de jeito nenhum houve
algo generalizado. O que disse é que infelizmente alguns
[fazendeiros] ainda partem
para práticas como os crimes ambientais, o trabalho
escravo. Os resultados de
Unaí [morte de três fiscais
do Trabalho] e de Felisburgo
[chacina de cinco sem-terra]
estão aí", disse Hackbart.
O presidente do Incra recebeu ontem telefonemas
elogiosos ao seu discurso de
anteontem, como de parlamentares, membros de órgãos públicos e assessores de
José Dirceu (Casa Civil).
Por outro lado, ele ontem
também recebeu pedidos de
interlocutores do presidente
Lula para que buscasse uma
forma de contornar a tensão
criada com o agronegócio.
Foi exatamente o que fez.
Em resposta a Hackbart, o
ministro Roberto Rodrigues
(Agricultura) disse que o
agrobusiness é "o maior negócio do país" e que dele fazem parte até os sem-terra.
Afirmou que é preciso esclarecer "o que é o agronegócio" para "eliminar falácias".
"Todo mundo faz parte do
agronegócio. Inclusive os
sem-terra, desde que tenham vinculação formal."
Ao falar aos sem-terra do
"orçamento limitado"
("Queremos que os recursos
venham logo. Não adianta
chegarem no Natal e no Ano
Novo. Aguardo uma suplementação"), Hackbart o fez
de caso pensado e sob o crivo de Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário).
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