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Não adianta chorar sobre leite derramado, diz Lula sobre previsão para PIB deste ano
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou reiteradas vezes durante a campanha
eleitoral que as condições para
que o país crescesse a taxas
iguais ou superiores a 5% em
seu mandato estavam dadas,
disse ontem que não adiante
"chorar o leite derramado" com
a previsão divulgada pelo Ministério da Fazenda de 3,2% de
crescimento para este ano.
"O resultado não atrapalha
em nada. Eu estou cansado de
previsões. É preciso esperar as
coisas acontecerem", afirmou
Lula após participar de evento
em São Paulo.
Segundo o presidente, se o
crescimento econômico do país
não foi o desejado para este
ano, é preciso criar condições
para que, no próximo ano, o índice seja alcançado.
"Se não aconteceu aquilo que
a gente previu, a gente não pode
ficar chorando o leite derramado. Vamos trabalhar para acontecer no ano seguinte o que não
aconteceu neste ano", afirmou
o presidente.
Penduricalhos
Em São Bernardo do Campo
(Grande São Paulo), num discurso para cerca de 8 mil funcionários da fábrica DaimlerChrysler do Brasil, detentora da marca Mercedes-Benz,
Lula afirmou que o país não
cresce como deveria por conta
de "penduricalhos".
"Desde 1980 que este país extraordinário cresce a índices
muito pequenos. Quando muito [o crescimento] chegou a 5%
em 2004, mas já caiu para 3%.
Tem uma série de penduricalhos impedindo que o Brasil
possa dar o salto de qualidade
que merece", afirmou.
Uma das medidas citadas por
ele para enfrentar os entraves
da economia é a revisão de leis
que hoje burocratizam o país.
"Tenho me reunido sistematicamente com todos os ministros para encontrar propostas
que destravem a economia do
país. Até o dia 31 de dezembro,
vamos mandar para o Congresso um pacote de medidas", disse o presidente.
Comemoração
O presidente Lula participou
ontem da comemoração dos 50
anos da fábrica da DaimlerChrysler, ao lado do presidente mundial da empresa,
Dieter Zetsche, e do presidente
do grupo no Brasil, Gero Herrmann. Estavam presentes os
ministros Luiz Marinho (Trabalho) e Luiz Fernando Furlan
(Desenvolvimento).
Em seu discurso, Lula falou
repetidas vezes das "glórias e
das tristezas" vividas por ele
em frente à porta da fábrica nas
décadas de 70 e de 80, quando
participava de grandes assembléias trabalhistas. "É um orgulho voltar como presidente reeleito. Valeu a pena ter sido metalúrgico. Valeu a pena ter sido
do sindicato", afirmou Lula.
"Sei que os diretores da empresa sentem muito orgulho de
ter funcionários como vocês",
afirmou o presidente, sob
aplausos.
Acompanhado pelos ministros e pelos diretores da empresa, Lula conheceu o museu de
ônibus e andou em um modelo
produzido em 1968.
O presidente, que cumprimentou funcionários próximos
ao palco, fez fotos e deu autógrafos, foi embora antes do
show da dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó.
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