São Paulo, sábado, 25 de novembro de 2006

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Não adianta chorar sobre leite derramado, diz Lula sobre previsão para PIB deste ano

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou reiteradas vezes durante a campanha eleitoral que as condições para que o país crescesse a taxas iguais ou superiores a 5% em seu mandato estavam dadas, disse ontem que não adiante "chorar o leite derramado" com a previsão divulgada pelo Ministério da Fazenda de 3,2% de crescimento para este ano.
"O resultado não atrapalha em nada. Eu estou cansado de previsões. É preciso esperar as coisas acontecerem", afirmou Lula após participar de evento em São Paulo.
Segundo o presidente, se o crescimento econômico do país não foi o desejado para este ano, é preciso criar condições para que, no próximo ano, o índice seja alcançado.
"Se não aconteceu aquilo que a gente previu, a gente não pode ficar chorando o leite derramado. Vamos trabalhar para acontecer no ano seguinte o que não aconteceu neste ano", afirmou o presidente.

Penduricalhos
Em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), num discurso para cerca de 8 mil funcionários da fábrica DaimlerChrysler do Brasil, detentora da marca Mercedes-Benz, Lula afirmou que o país não cresce como deveria por conta de "penduricalhos".
"Desde 1980 que este país extraordinário cresce a índices muito pequenos. Quando muito [o crescimento] chegou a 5% em 2004, mas já caiu para 3%. Tem uma série de penduricalhos impedindo que o Brasil possa dar o salto de qualidade que merece", afirmou.
Uma das medidas citadas por ele para enfrentar os entraves da economia é a revisão de leis que hoje burocratizam o país.
"Tenho me reunido sistematicamente com todos os ministros para encontrar propostas que destravem a economia do país. Até o dia 31 de dezembro, vamos mandar para o Congresso um pacote de medidas", disse o presidente.

Comemoração
O presidente Lula participou ontem da comemoração dos 50 anos da fábrica da DaimlerChrysler, ao lado do presidente mundial da empresa, Dieter Zetsche, e do presidente do grupo no Brasil, Gero Herrmann. Estavam presentes os ministros Luiz Marinho (Trabalho) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento).
Em seu discurso, Lula falou repetidas vezes das "glórias e das tristezas" vividas por ele em frente à porta da fábrica nas décadas de 70 e de 80, quando participava de grandes assembléias trabalhistas. "É um orgulho voltar como presidente reeleito. Valeu a pena ter sido metalúrgico. Valeu a pena ter sido do sindicato", afirmou Lula.
"Sei que os diretores da empresa sentem muito orgulho de ter funcionários como vocês", afirmou o presidente, sob aplausos.
Acompanhado pelos ministros e pelos diretores da empresa, Lula conheceu o museu de ônibus e andou em um modelo produzido em 1968.
O presidente, que cumprimentou funcionários próximos ao palco, fez fotos e deu autógrafos, foi embora antes do show da dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó.


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