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"Não temos novos suspeitos da morte de prefeito", diz delegada
Ao contrário do dito pela Promotoria, Sato diz que cumpriu todos os pedidos feitos no inquérito do assassinato de Celso Daniel (PT)
Para policial, situação de Sérgio Gomes da Silva, apontado como o mandante da morte do prefeito, não muda porque ele já é réu.
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A delegada Elisabete Ferreira Sato, que recomendou o arquivamento da segunda fase da
investigação sobre o assassinato do prefeito Celso Daniel
(PT), afirmou ontem que, ao
contrário do declarado pelo
Ministério Público, ela cumpriu todos os pedidos de apuração feitos no inquérito.
"Procuramos todas as pessoas que os promotores pediram para serem ouvidas. Algumas, apesar do esforço dos investigadores, não foram encontradas. O importante é dizer
que nada foi deixado de lado, ao
contrário, fizemos até mais do
que nos foi solicitado", afirmou
a delegada do 78º Distrito Policial de São Paulo.
O relatório de Sato, que informou não ter reunido provas
suficientes contra novos membros da quadrilha que seqüestrou e matou Daniel, irritou os
promotores de Santo André.
Segundo a Promotoria, de 16
pedidos, a policial cumpriu
apenas seis. Ficou de fora uma
solicitação de quebra de sigilo
de 34 telefones que poderia levar aos responsáveis pelo cativeiro de Daniel.
"Isso não é verdade. Quando
anexei ao inquérito o pedido de
quebra de sigilo que me foi recomendado por um investigador, eu estava dando ciência ao
juiz sobre a necessidade da medida. Não preciso formalizar se
o pedido está no processo."
A Promotoria, no entanto,
disse que, diante da ausência de
um pedido formal da delegada,
remeteu ao juiz Luiz Fernando
Migliori Prestes, responsável
pelo processo de homicídio do
prefeito, uma solicitação para
que os dados telefônicos, que
seriam apagados em fevereiro
de 2007, fossem preservados. A
medida foi aprovada pelo juiz.
Gomes da Silva
A delegada Sato afirmou ontem que seu relatório não isenta o ex-segurança Sérgio Gomes da Silva, que já é réu no
processo como suposto mandante da morte de Daniel, em
janeiro de 2002.
"Entrei no caso para investigar novos possíveis mandantes,
mas não conseguimos reunir
provas suficientes para acusar
outras pessoas. No caso do Sérgio [Gomes da Silva], a Justiça
já aceitou a denúncia do Ministério Público, ele já foi interrogado como réu. Não teria sentido investigá-lo novamente."
Gomes da Silva nega ter qualquer participação no crime.
Sato afirmou ainda que, se o
juiz ou o Ministério Público entenderem que existe a necessidade de novas apurações, ela
irá prosseguir no caso.
As brigas entre promotores e
polícia marcam o caso. O primeiro inquérito policial, concluído em 2002, apontou crime
urbano (sem a intenção premeditada de matar Daniel). Inconformada, a família do petista
recorreu à Promotoria, que
reabriu o caso e concluiu que o
crime ocorreu após o desarranjo de uma quadrilha que desviava dinheiro público.
Em 2005, após a suspeita de
novos participaram do crime, a
família pediu a ajuda da polícia.
Foi quando Sato assumiu a segunda fase da investigação.
Após um ofício, enviado por
promotores, criticando o relatório da polícia, o juiz Prestes,
da 1ª Vara da Comarca de Itapecerica da Serra, saiu em sua
defesa de Sato. "Parecem-me
injustas as críticas formuladas
pelos promotores à respeito da
delegada pois, efetivamente,
numa primeira visão deste volumoso inquérito policial, nada
de útil foi apurado ou acrescido
ao que já existe, contudo, melhor análise se fará se prosseguirem as investigações."
O procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho, disse ontem
que confia e apóia o trabalho
dos promotores.
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