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Desvio em estatais pode superar R$ 5 mi
Além dos R$ 3,5 mi citados em denúncia, procurador-geral
suspeita de repasse de R$ 1,67 mi da Cemig para Valério
Valor é exatamente o que
consta da chamada "lista do
Mourão", em que tesoureiro
da campanha relaciona os
destinos do suposto caixa 2
PAULO PEIXOTO
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO
HORIZONTE
Recursos públicos do governo mineiro supostamente usados na campanha à reeleição,
em 1998, do então governador e
hoje senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG) podem ultrapassar R$ 5 milhões. O cálculo fecha se o Ministério Público do
Estado confirmar as indicações
da Polícia Federal que a Procuradoria Geral da República
quer que sejam apuradas em
âmbito estadual.
Na denúncia contra 15 pessoas no caso do valerioduto tucano, o procurador-geral da República, Antonio Fernando
Souza, sustenta que ao menos
R$ 3,5 milhões de estatais (Copasa, Comig e o extinto banco
estatal Bemge) abasteceram o
esquema irregular de financiamento de Azeredo.
A Procuradoria também considerou suspeito o repasse de
R$ 1,67 milhão em verbas de
publicidade da Cemig (estatal
de energia) para a agência
SMPB, do empresário Marcos
Valério, na campanha eleitoral.
O valor de R$ 1,67 milhão que
teria saído da Cemig para o valerioduto tucano é exatamente
o que consta da chamada "lista
do Mourão". O documento, assinado pelo tesoureiro da campanha, Cláudio Mourão, relaciona fontes e destinatários do
suposto caixa dois.
No pedido de remessa da investigação do caso para o Ministério Público mineiro, Antonio Fernando pede que seja
"apurado o desvio de recursos
públicos da Cemig sob os aspectos cível e penal", diante da
"fartura de provas".
"Foi desviado o montante de
mais de R$ 1,5 milhão da Cemig
em benefício de Eduardo Azeredo e Clésio Andrade [vice na
chapa de Azeredo em 1998 e ex-sócio de Valério]. O esquema
envolve a empresa Graffar,
constituída inicialmente por
"laranjas", que foi remunerada
com recursos públicos para
produzir material de campanha eleitoral", diz a denúncia.
De acordo com o relatório da
PF que fundamentou a denúncia da Procuradoria, um valor
que a Cemig disse ser recurso
para pagar revistas, cartazes e
cartilhas de campanha sobre
redução de energia foi pago à
Graffar, que estaria ligada ao
tesoureiro da campanha e ex-secretário de Administração do
governo Azeredo, Cláudio
Mourão.
Antonio Fernando deixou a
Cemig de fora da denúncia do
valerioduto tucano por não haver indícios, "pelo menos por
enquanto", de que Azeredo e o
ex-ministro Walfrido dos Mares Guia (um dos organizadores
da campanha do tucano) tenham envolvimento, embora
seja, para ele, "óbvio que eles se
beneficiaram do crime".
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