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Perda foi dolorosa, afirma presidente
da Sucursal de Brasília
Durante reunião com líderes do
PFL, do PMDB e do PSDB, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que foi "doloroso"
perder três dos seus principais auxiliares.
FHC se referia à demissão do ministro Luiz Carlos Mendonça de
Barros (Comunicações), do secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior, José Roberto
Mendonça de Barros, e do presidente do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e
Social), André Lara Resende.
Os três pediram demissão após a
divulgação de conversas telefônicas grampeadas que levantaram a
suspeita de que teria havido interferência do governo no leilão do
Sistema Telebrás.
Segundo líderes que participaram da reunião, na manhã de ontem, o presidente não fez reparo
nenhum aos atos dos três.
FHC disse que os irmãos Mendonça de Barros e Lara Resende
são "tecnicamente muito preparados".
²
Aliados poupados
Segundo líderes, o presidente
também não fez críticas diretas ao
comportamento no episódio dos
partidos aliados ao governo.
Um líder contou que, no final do
encontro, FHC reagiu ao comentário de um dos presentes, segundo o
qual "agora estão querendo canonizar os três".
De acordo com esse líder, o presidente respondeu: "É bom que canonizem mesmo".
O presidente voltou a afirmar
que vai criar o Ministério da Produção, conforme anunciou em discurso realizado após sua vitória
nas eleições de outubro.
FHC disse que a "idéia está pronta", embora ainda não esteja completamente formatada. Afirmou
ainda que não vai criar o novo ministério porque algum partido o
queira, mas porque o considera
bom para o país.
²
Responsabilidade exclusiva
A criação do Ministério da Produção foi criticada pelo PFL, o
maior partido da base governista
no Congresso. O nome mais cotado para assumi-lo era o de Luiz
Carlos Mendonça de Barros.
"O presidente disse que o ministério vai ser preenchido por ele, no
momento devido, e a escolha será
de exclusiva responsabilidade dele", afirmou o líder do governo na
Câmara dos Deputados, Arnaldo
Madeira (PSDB-SP).
O PSDB continua apostando que
o futuro ministro da Produção será
uma pessoa ligada ao partido.
"O PSDB não indicou o Mendonça de Barros para as Comunicações, mas o presidente escolheu alguém do partido", afirmou o presidente do PSDB, senador Teotonio Vilela Filho (AL).
Os tucanos ficaram mais tranquilos com a escolha do ministro
para a nova pasta depois de um encontro entre o ministro José Serra
(Saúde) e FHC, anteontem à noite,
na Base Aérea de Brasília.
Na defesa do novo ministério, o
presidente afirmou que o país precisa de um instrumento que cuide
especificamente da geração de empregos e da organização produtiva
brasileira.
(LD, DM, e LV)
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