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RUMO A 2004
Texto aprovado pelo Congresso contempla órgãos criados por Lula em 2003; pasta do Planejamento ganha mais 50%
Orçamento destina mais verba à Presidência
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os ministérios da Integração
Nacional, Transportes, Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior foram os que, proporcionalmente, sofreram as maiores
perdas de recursos no Orçamento
2004 aprovado pelo Congresso.
A Presidência da República, que
neste ano passou a ser responsável por novos órgãos, tais como o
Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social e as secretarias que cuidam da promoção da
igualdade racial e dos direitos da
mulher, teve aumento de quase
50% nos recursos destinados.
A comparação entre o texto que
vai para a sanção do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e o que
foi aprovado pelo Congresso para
vigorar em 2003 mostra que Integração Nacional teve suas verbas
reduzidas em 48,7%, Transportes
encolheu 29,9%, índice praticamente similar ao de Desenvolvimento (-29,7%) e Desenvolvimento Agrário (-29,2%).
A comparação se dá entre as
propostas aprovadas pelo Legislativo, sem levar em conta o que foi
efetivamente executado no decorrer do ano. Em fevereiro, o governo promoveu um contingenciamento (retenção de recursos) de
R$ 14 bilhões das verbas dos ministérios, o que, se comparado
com o orçamento aprovado anteontem, resulta em crescimento
de dinheiro para praticamente todos os órgãos. Mas não é possível
prever agora se haverá ou não
contingenciamento sobre os valores novamente em 2004.
Integração Nacional, por exemplo, teve quase 90% de seus recursos contingenciados em fevereiro;
Transportes chegou a 64%.
"Peça de ficção"
O governo e as lideranças aliadas no Congresso afirmam que,
apesar das quedas nominais do
dinheiro destinado para este ou
aquele setor, a diferença é que em
2004, afirmam, não haverá necessidade de contingenciamento.
"Acabamos com essa história
de ficarmos aqui fazendo peça de
ficção", afirmou o deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ), que foi o
relator do orçamento.
O Orçamento de 2003 foi elaborado em 2002 pelo governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), mas contou com a participação de integrantes da então
equipe de transição do PT.
Além dos ministérios citados
acima, Fazenda (-11,8%), Justiça
(-7,2%), Educação (-4,2%) e Minas e Energia (-1,1%) também tiveram quedas em relação aos
montantes previstos em 2003.
O ministério que teve o maior
acréscimo de recursos previstos
foi o do Planejamento, responsável em elaborar a proposta de orçamento, que passou dos R$ 3,5
bilhões em 2003 para R$ 5,2 bilhões em 2004 -50% a mais.
Trabalho e emprego, que pulou
de R$ 15,7 bilhões para R$ 21,1 bilhões (34,3%), Previdência Social,
de R$ 110 bilhões para R$ 129 bilhões (17,9%), Saúde, de R$ 30 bilhões para R$ 36,3 bilhões
(18,7%), Agricultura, de R$ 5,9 bilhões para R$ 7,5 bilhões (27,8%),
Relações Exteriores, de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,3 bilhão (22,1%), e
Cultura, de R$ 389 milhões para
R$ 456 milhões (17,5%) também
tiveram altas significativas.
Os órgãos do Legislativo e do
Judiciário tiveram aumento dos
repasses previstos, com destaque
para a Justiça Eleitoral (36,8%)
-já que em 2004 acontecem as
eleições para as prefeituras-, a
Justiça Federal (23,7%) e o Senado (25%). Na reta final para a
aprovação do orçamento, o governo liberou R$ 700 milhões a
mais para os Estados, como forma de contentar as bancadas e assegurar a aprovação da proposta.
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