|
Próximo Texto | Índice
Painel
VERA MAGALHÃES (interina) painel@uol.com.br
Ressaca do PAC
Na reunião que terá com Lula no início de fevereiro,
a direção do PT pedirá maior pressão sobre o Banco
Central para a redução mais acelerada dos juros. "Não
existe autonomia do BC. O presidente pode chamar a
direção do banco e dizer que a política monetária está
errada", diz o presidente do partido, Ricardo Berzoini.
Mesmo a ala do partido que defende a independência política do BC subiu o tom depois da decisão do
Copom. "O PAC foi o clímax, e o anúncio dos juros, o
anticlímax", diz o governador de Sergipe, Macelo Déda. Apesar da gritaria, os petistas não acreditam em
mexida no BC agora. A avaliação é que, depois de relaxar o aperto fiscal, com o PAC, Lula não pode intervir
na política monetária para não assustar o mercado.
Bedel. O PT acelerou a criação do seu Conselho de Economistas, a cargo do assessor
especial da Presidência Marco Aurélio Garcia. O partido
quer instalar o órgão, que fará
marcação cerrada sobre Henrique Meirelles, em um mês.
Apertar cintos. No Congresso, Guido Mantega foi
apontado como co-responsável pela decisão do Copom,
graças a sua estocada em Meirelles. "Esse vôo para Davos,
com os dois lado a lado, deve
ter sido cheio de turbulência",
brinca um aliado.
Trégua. A crítica ao BC uniu
PC do B e PT. "Quem foi eleito
presidente com 60 milhões de
votos, Lula ou Henrique Meirelles?", dizia ontem o site do
partido comunista.
Pré-datado. A campanha
de Arlindo Chinaglia (PT) à
presidência da Câmara está
pagando a maioria das despesas com cheques para 30 dias.
Espera que, até o fim do prazo, o PT dê socorro financeiro.
Mapa da mina. O PP enviou um CD a seus deputados
com a íntegra do PAC. Recomenda que façam emendas
para as obras listadas. "Essas a
gente sabe que não serão contingenciadas", diz o líder, Mario Negromonte (BA).
Esqueleto. A extinção da
Rede Ferroviária Federal,
uma das medidas do PAC, demandará a formação de um
grupo de trabalho para o qual
estão sendo criados 157 cargos de confiança. A estatal
tem hoje 459 funcionários.
Conte até 10. Arlindo
Chinaglia (PT-SP) foi aconselhado por aliados a controlar o
pavio curto no debate de hoje
na Folha. O petista prometeu
aos aliados um debate de alto
nível -mas já avisou que, se
provocado, vai revidar.
Apetite. Já Aldo Rebelo (PC
do B-SP) vai concentrar as
críticas não a Chinaglia, mas
ao "exclusivismo do PT". Dirá
que, na presidência, pretende
democratizar o acesso das
forças políticas à Câmara,
num aceno à oposição.
Amigos. No debate, Aldo
defenderá Gustavo Fruet
(PSDB-PR) da acusação de reter salários de assessores.
Seus aliados acusam o PT. "De
novo, é coisa de aloprados",
disse Ciro Nogueira (PP-PI).
Rastros. Fruet rastreou o
endereço IP usado para espalhar e-mails com o dossiê contra ele. Descobriu que as mensagens foram enviadas de Israel. Ontem, pediu à embaixadora do país, Tzipora Rimon,
investigação sobre o tema.
TNT. Um dos prédios que o
governador José Roberto Arruda (PFL) mandou implodir
em Brasília é o esqueleto de
um shopping no Lago Norte,
sociedade entre o vice-governador, Paulo Octavio, o ex-senador Luiz Estevão e o ex-deputado Sérgio Naya.
Cofre cheio. O Tribunal de
Justiça deu ganho de causa
para a Prefeitura de São Paulo
em ação movida pelo município de Poá contra a lei que
obriga empresas situadas fora
da capital a se cadastrar na administração paulistana.
Truque. A lei atinge empresas abertas em outros municípios para pagar menos impostos, mas que atuam na capital.
Tiroteio
"Lula só voltará a falar de reforma política na
hora que precisar justificar outro escândalo do
mensalão. Este é o governo do deixa como está".
Do senador JOSÉ AGRIPINO (PFL-RN) sobre a declaração do ministro
Tarso Genro (Relações Institucionais) segundo a qual a reforma política
"não é essencial" para a governabilidade.
Contraponto
Boa vizinhança
Em reunião da bancada do PSDB nesta semana, Eduardo Gomes (TO) justificava a Gustavo Fruet (PR) o fato de
ter embarcado na candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara e de ter chamado a "terceira
via", capitaneada pela oposição, de "acostamento".
-Você ainda não era candidato-, dizia ele, tentando
evitar rusgas com o colega paranaense.
Gomes, então, propôs a Fruet:
-Já que estamos resolvidos, vamos defender o PAC.
Antes que o deputado fosse cobrado por evidenciar
mais uma "recaída" governista, completou:
-É o Programa de Aceleração de Candidatura!
Próximo Texto: Governo Lula não precisa de reforma política, diz Tarso Índice
|