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Grampo revela apoio de Geddel a grupo que venceu licitação
Ministro diz que conversa é "normal" e acusa governo baiano de politizar investigação apenas para atacá-lo
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
O ministro peemedebista
Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) teve conversa telefônica gravada pela Polícia
Civil baiana na qual promete
apoio a um projeto de empresas
de ônibus que disputavam com
construtoras obras de mobilidade urbana em Salvador orçadas em R$ 628 milhões.
Provável adversário do governador da Bahia e ex-aliado,
Jaques Wagner (PT), nas eleições estaduais deste ano, Geddel afirmou à Folha que "setores do governo do Estado" tornaram a investigação "política"
para atacá-lo e agredi-lo. O governo nega a politização.
Autorizadas judicialmente,
as gravações foram feitas durante investigações sobre suposta corrupção em contratos
do transporte público baiano.
A reportagem teve acesso a
trechos do inquérito policial,
que ainda não foi concluído. A
polícia não aponta nenhum crime na conversa gravada.
Geddel, que não era alvo da
gravação, aparece em uma conversa gravada em outubro passado com o advogado Carlos
Barral, representante de empresários de ônibus investigado pela polícia. Ele buscava
apoio do ministro ao setor.
Na gravação, eles discutem
sobre a disputa entre dois projetos de mobilidade urbana:
corredores exclusivos de ônibus, projeto dos empresários
do setor, e o VLT (Veículo Leve
sobre Trilhos), apontado por
Barral como de interesse das
construtoras OAS e Odebrecht.
As empresas negaram a disputa
citada na conversa.
Segundo a polícia, na conversa o ministro promete apoio ao
projeto de interesse dos empresários de ônibus e diz que
vai conversar com funcionários
da OAS e da Odebrecht para
"compatibilizar interesses".
O projeto de corredores exclusivos saiu vitorioso na disputa -a licitação será lançada
em abril. O governo estadual
disse ter feito a escolha por
causa do "baixo custo".
À Folha Geddel disse que
"não há nada de anormal" na
gravação. Segundo ele, seu
apoio ao projeto é "público",
porque é o "melhor projeto para Salvador, mais barato".
A assessoria do governo da
Bahia disse que a investigação
"foi feita sem pirotecnia e sem
qualquer interferência política,
respeitando rigorosamente os
limites da legislação".
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