São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 2000


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ELEIÇÕES 2000
PT faz aliança com PC do B
Marta espera Erundina até junho

PATRICIA ZORZAN
da Reportagem Local

A pré-candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, anunciou ontem coligação com o PC do B para a disputa municipal, mas espera pela definição sobre a candidatura da ex-prefeita Luiza Erundina (PSB) para indicar o vice de sua chapa.
De acordo com Marta, o PT deverá aguardar até junho, prazo limite para a realização das convenções partidárias, para a escolha de um nome com o objetivo de evitar constrangimentos na formação de futuras alianças.
Lideranças petistas ouvidas pela Folha afirmam que a demora na definição pretende manter as portas abertas para os demais partidos de esquerda, mas, em especial, para o PSB da ex-prefeita.
Pré-candidata à sucessão de Celso Pitta, Erundina já declarou que não pretende desistir da disputa, apesar da insistência petista.
Segundo a Folha apurou, integrantes do PT ligados à campanha de Marta avaliam que Erundina deverá ser compensada em caso de adesão e que, nesse sentido, a definição precipitada de um vice teria um efeito ""limitador de conversas".
A última pesquisa Datafolha, de 10 de fevereiro, indicou que Marta seria a maior beneficiada pela desistência da ex-prefeita.
Com Erundina no páreo, Marta tem de 30% a 33% das intenções de voto. Sem ela, a petista chega a 37%, seu melhor percentual, incorporando 54% dos eleitores declarados da deputada do PSB.
Marta lidera em todos os cenários apresentados pelo Datafolha. Em segundo lugar aparece o PPB. Paulo Maluf tem 23% e Francisco Rossi, 15% e 18%. A pré-candidata do PSB surge na terceira colocação, com 11% e 12%.
Por sua expressão política e posição de destaque nas pesquisas, a Folha apurou que os petistas dariam à ex-prefeita preferência na indicação do vice da chapa.
De qualquer forma, a escolha deverá ser submetida à aprovação das demais legendas integrantes da coligação.
O PC do B, que se aliou ao PT também na disputa proporcional, já tem quatro indicados para o cargo. ""Considero legítimo apresentarmos nomes, mas será um decisão de consenso", disse o presidente estadual do partido, Walter Sorrentino.
A coligação, afirmou ele, inclui ainda participação na direção da campanha e no governo municipal, em caso de vitória.

Chamamento
Apesar de permanecer à espera da ex-prefeita, segundo o presidente do PT municipal, Ricardo Berzoini, o partido não pretende voltar a insistir na adesão de Erundina. ""Fizemos tentativas de convencê-la, mas, como ela se sentiu pressionada, não faremos mais isso", declarou.
""É uma decisão legítima dela concorrer, mas ela contribuiria mais com a necessidade de mudar São Paulo se juntando à Marta", completou.
Na avaliação de Marta, a coligação com os comunistas servirá como ""chamamento" para os demais partidos de esquerda.
Pela manhã, a pré-candidata se reuniu com cerca de 250 sindicalistas de 55 categorias para um café da manhã.


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