São Paulo, terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

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Toda Mídia

Nelson de Sá

A primavera de 68

Damon Winter/nytimes.com
Agentes cercam Obama, candidato que teve proteção
"mais cedo" na história dos EUA, segundo o "NYT"


O "New York Times" destacou o texto "No passado de dor, uma preocupação calada por Obama", sobre a pergunta em torno do democrata, "ele está a salvo?". O passado é "a primavera de 68", quando mataram Martin Luther King -e Bob Kennedy em campanha.
A reportagem foi precedida por ataque a Obama, no site Politico, dizendo que ele esteve uma década atrás na casa de ex-integrantes dos Weathermen, um grupo terrorista dos anos 60. E a reportagem coincidiu com outro ataque a Obama, ontem no Drudge Report, com a veiculação de uma foto em que o democrata se veste como um muçulmano, dois anos atrás, no Quênia.

"GUERRA CIVIL"
Hillary Clinton foi acusada dos ataques, mas os sites são próximos dos republicanos. De todo modo, ela está em "guerra civil", como havia alertado o colunista Frank Rich no "NYT", e ontem focou a política externa de Obama.
Rich, em nova coluna, deu Hillary quase por derrotada. Ontem à noite, pesquisa da CBS com o "NYT" confirmou que Obama saltou à frente.

"NÃO É JUSTO"
Já os republicanos, estejam ou não por trás dos ataques a Obama, "temem acusações de racismo" no conflito eleitoral.
Seus "estrategistas" tentam achar "o limite para o ataque a candidato de minoria". Um dos marqueteiros afirmou ao site Politico que as pesquisas qualitativas e outras indicam "tarefa delicada à frente", na campanha. E republicanos já reclamam que "não é justo".

BATENDO PORTAS

O "NYT" destacou o risco de "crise" na Argentina com a recusa do Brasil em ceder parte do gás da Bolívia. Mas o jornal sublinhou que o próprio país é responsável, por ter negado o problema. Quando foi inevitável, cortou o gás que passava ao Chile. Para o otimista argentino "Clarín", Brasil e Bolívia deixaram "porta aberta em caso de crise".
Já o "Financial Times", mais "Times of India", o chinês "Diário do Povo" etc., noticiaram do encontro de Lula e Cristina Kirchner o acordo nuclear, até com submarino.

"NÃO ESTAVA LIMPO"
O presidente da Petrobras deu longa entrevista a Bob Fernandes no Terra, sobre o furto, e citou entre as "lições": "Garantir que o desembarque dos equipamentos aconteça só quando tudo estiver limpo de informações, de dados. No caso, isso não aconteceu".
Os computadores estavam com os dados de Júpiter.

ÁGUAS PROFUNDAS
O site da Americas Society, instituição de política externa dos EUA, analisa a renúncia de Fidel Castro, mas destaca há dias os "problemas em águas profundas". A saber, a possibilidade de o governo mexicano abrir a Pemex como a Petrobras, "que passou a aceitar investidores privados nos anos 70" e que a Americas Society dá como "modelo".

RICAS PROFUNDEZAS
A descoberta de Tupi abriu uma corrida de reportagens sobre o petróleo e o gás nas "ricas profundezas do mar".
O "Wall Street Journal" deu que é um brasileiro quem "desenha para a ONU o mapa econômico dos oceanos". O capitão reformado Alexandre Albuquerque é o negociador das "maiores expansões de território nacional em tempo de paz da memória moderna".

DANÇA COM OPEP
Já o site CNN Money deu análise dizendo que o "Brasil dança com a Opep" e "é sério quanto a se juntar ao cartel".
Por coincidência, a reunião de chanceles sul-americanos e árabes de Buenos Aires, diz a BBC Brasil, tirou documento de solidariedade à Venezuela no conflito com a Exxon.

HORA DE RECOLAR

Nos enunciados on-line, no Brasil, "Investimento estrangeiro bate recorde", "Bovespa volta à casa dos 65 pontos", "Deus ajudou país, diz Lula". Mas no "Financial Times" o criador dos Brics, Jim O'Neill, se mostra mais humilde diante dos "90% de clientes" do Goldman Sachs que só pensam em recessão. E diz que, China inclusive, não é mais tempo de "descolar", mas "recolar" aos EUA.


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@ - Nelson de Sá


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