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Araponga move ação contra Abin por gastos na Operação Satiagraha
Nery Kluwe afirma que houve desvio da agência e pede devolução de R$ 381 mil
DA REPORTAGEM LOCAL
O oficial de inteligência Nery
Kluwe, ex-presidente da Asbin
(Associação dos Servidores da
Abin), vai ajuizar na Justiça Federal em Brasília, na próxima
terça-feira, nova ação popular
pedindo que a Abin (Agência
Brasileira de Inteligência) restitua aos cofres públicos os R$
381 mil gastos na Operação Satiagraha, coordenada pela Polícia Federal.
Kluwe argumenta que houve
desvio de finalidade da agência
ao atuar com a PF na investigação que apura crimes financeiros atribuídos ao banqueiro
Daniel Dantas, do Grupo Opportunity. Uma primeira ação,
com a mesma finalidade, foi
apresentada ao STF (Supremo
Tribunal Federal), mas indeferida neste mês pelo ministro
Ricardo Lewandowski, que
considerou o tribunal "incompetente para processar e julgar
ação constitucional".
O araponga vai pedir também que o delegado Paulo Lacerda, ex-diretor da Abin, seja
responsabilizado com o ministro-chefe do GSI (Gabinete de
Segurança Institucional), general Jorge Felix, e o atual diretor
da agência, Wilson Trezza.
Se a Justiça acolher a ação,
ganhará força a tese da defesa
de Dantas, de que a Abin teria
cooperado de forma irregular
com a PF realizando escutas telefônicas. O Ministério Público
defende que os cerca de 80
agentes atuaram dentro da lei e
que as provas colhidas não podem ser anuladas.
Depois de deixar a presidência da Asbin, Kluwe foi para o
Sindisep-DF (Sindicato dos
Servidores Públicos Federais
no Distrito Federal).
Kluwe também recorreu à
Justiça para travar procedimentos disciplinares por suposto abandono de função e pede reparação por danos morais
por abuso de autoridade por
parte da delegada Maria do Socorro Tinoco. A 25ª Vara Federal em Brasília acolheu o processo e marcou para o dia 23 de
abril audiência de conciliação.
O oficial acusa a Corregedoria de "atemorizar e amedrontar os servidores que ao promoverem denúncias de irregularidades passam a ser alvo de investigação".
Consultada pela Folha, a
Abin disse que "os métodos
empregados pela Corregedoria
estão em estrita observância às
diretrizes da Controladoria-Geral da União".
(CDS)
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