São Paulo, quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

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Araponga move ação contra Abin por gastos na Operação Satiagraha

Nery Kluwe afirma que houve desvio da agência e pede devolução de R$ 381 mil

DA REPORTAGEM LOCAL

O oficial de inteligência Nery Kluwe, ex-presidente da Asbin (Associação dos Servidores da Abin), vai ajuizar na Justiça Federal em Brasília, na próxima terça-feira, nova ação popular pedindo que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) restitua aos cofres públicos os R$ 381 mil gastos na Operação Satiagraha, coordenada pela Polícia Federal.
Kluwe argumenta que houve desvio de finalidade da agência ao atuar com a PF na investigação que apura crimes financeiros atribuídos ao banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity. Uma primeira ação, com a mesma finalidade, foi apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal), mas indeferida neste mês pelo ministro Ricardo Lewandowski, que considerou o tribunal "incompetente para processar e julgar ação constitucional".
O araponga vai pedir também que o delegado Paulo Lacerda, ex-diretor da Abin, seja responsabilizado com o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Felix, e o atual diretor da agência, Wilson Trezza.
Se a Justiça acolher a ação, ganhará força a tese da defesa de Dantas, de que a Abin teria cooperado de forma irregular com a PF realizando escutas telefônicas. O Ministério Público defende que os cerca de 80 agentes atuaram dentro da lei e que as provas colhidas não podem ser anuladas.
Depois de deixar a presidência da Asbin, Kluwe foi para o Sindisep-DF (Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal).
Kluwe também recorreu à Justiça para travar procedimentos disciplinares por suposto abandono de função e pede reparação por danos morais por abuso de autoridade por parte da delegada Maria do Socorro Tinoco. A 25ª Vara Federal em Brasília acolheu o processo e marcou para o dia 23 de abril audiência de conciliação.
O oficial acusa a Corregedoria de "atemorizar e amedrontar os servidores que ao promoverem denúncias de irregularidades passam a ser alvo de investigação".
Consultada pela Folha, a Abin disse que "os métodos empregados pela Corregedoria estão em estrita observância às diretrizes da Controladoria-Geral da União". (CDS)


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