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Marina diz que governaria com "melhores" de PT e PSDB
Pré-candidata critica alianças que tucanos e petistas fizeram com partidos mais à direita
Senadora defendeu ainda Estado forte, mas não o modelo estatizante; ela contestou também ações
de Dilma, de Lula e o PAC
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL
A pré-candidata do PV à Presidência, senadora Marina Silva (AC), afirmou ontem que
pretende fazer um "realinhamento histórico", no qual quer
governar "com os melhores do
PSDB e os melhores do PT".
Marina participou da gravação do programa da Rede TV!
"É Notícia", do repórter da Folha Kennedy Alencar. A entrevista vai ao ar à 0h15 da próxima segunda-feira.
"Enquanto o PT e o PSDB
não conversarem, vai ficar muito difícil uma governabilidade
[...] Devíamos ser capazes de estabelecer uma governabilidade
básica, onde o PT e o PSDB digam: "Naquilo que é essencial
para o Brasil, nós não vamos
colocar em risco a governabilidade'", disse.
A senadora criticou as alianças dos dois partidos com forças políticas mais à direita. "O
presidente Fernando Henrique
ganhou sozinho e, para governar, teve que ficar refém do Democratas; o presidente Lula [ficou refém], dos setores mais retrógrados do PMDB. Isso não é
bom para o Brasil", afirmou.
Marina disse ainda que sua
candidatura representa um "leque de alianças sui generis",
que não é de partidos, mas tem
base na sociedade.
No núcleo da campanha de
Marina, há defensores da ideia
de que o PT e o PSDB são muito
mais próximos, em termos
ideológicos, do que as alianças
que deram sustentação aos governos FHC (1995-2002)
-PSDB e DEM- e Lula (desde
2003)- PT e PMDB.
Ao falar do papel do Estado, a
senadora defendeu um "Estado
necessário", que seja "eficiente,
inteligente e transparente".
Fez, entretanto, críticas ao modelo estatizante, e pregou um
Estado "que saia cada vez mais
da visão de querer ser dono de
tudo e ainda do resto".
Marina fez críticas, às vezes
veladas, em outros momentos
escancaradas, à pré-candidata
petista ao Planalto, a ministra
Dilma Rousseff. Segundo ela, o
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento), menina dos
olhos de Dilma, "é uma colagem de vários empreendimentos", nos quais Estados e municípios também têm méritos.
As maiores críticas foram sobre a atuação de Dilma na cúpula do clima, em Copenhague,
e em sua visão desenvolvimentista, que deixaria o meio ambiente em segundo plano. Nesse ponto, sobraram críticas
também a Lula.
Marina afirmou não saber se
o gesto de reforçar políticas
ambientais -como a adoção de
metas para redução de emissão
de gases-estufa-, foi "fruto de
aprendizagem" ou de medidas
"conjunturais, por causa da disputa eleitoral de 2010".
Mesmo assim, elogiou Lula e
seu governo diversas vezes durante a entrevista. Afirmou que
o presidente foi "uma pessoa
fundamental" na sua vida.
Marina fugiu de respostas
objetivas mais de uma vez. Ao
ser questionada se apoiava ou
não a redução da jornada de
trabalho para 40 horas, lembrou seu passado sindical, mas
não confirmou. Também fugiu
da palavra "ditadura", quando a
questão foi sobre o governo cubano, apesar de afirmar que
não se pode "relevar" princípios como a democracia e liberdade de expressão.
A política internacional pareceu ser uma área de grande
divergência de Marina com o
atual governo. Além de criticar
Cuba, Marina se disse preocupada com o apoio brasileiro ao
governo do Irã.
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