São Paulo, domingo, 26 de março de 2006

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ELEIÇÕES 2006/DANÇA DAS CADEIRAS

Presidente Lula estuda deixar com secretários-executivos as pastas que terão titulares concorrendo em nas eleições de outubro

Seis ministros devem deixar cargos até dia 1º

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para tentar evitar uma nova rodada de pressões políticas em meio a uma crise que atinge o ministro Antonio Palocci (Fazenda), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito a auxiliares que prefere soluções naturais para ocupar os ministérios cujos titulares sairão até o final do mês para disputar as eleições, como exige a lei. O presidente prefere que o substituto seja o secretário-executivo, o número 2 de cada pasta.
Pelo menos seis ministros deverão deixar os postos. Dois decidiram permanecer a pedido do presidente. E mais quatro ainda avaliam qual destino tomar. A lei exige que políticos que ocupem cargo executivo deixem o posto até o dia 1º de abril, o próximo sábado.
Os seis ministros que sairão são: José Alencar (Defesa), Alfredo Nascimento (Transportes), Saraiva Felipe (Saúde), Ciro Gomes (Integração Nacional), Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) e José Fritsch (Pesca).
Alencar (PRB) quer ficar livre para a eventualidade de repetir a dobradinha com Lula nas eleições presidenciais. Ciro, também cotado para vice de Lula, deve, no mínimo, ser candidato a deputado federal no Ceará para vitaminar a candidatura do irmão Cid Gomes (PSB) a governador.
Nascimento pretende concorrer a senador pelo Amazonas e deve assumir a presidência do PL. Saraiva é bombardeado pela ala governista do PMDB porque, apesar de ter sido indicado por ela, tem ajudado o setor oposicionista. Saraiva quer ser vice do governador tucano Aécio Neves (MG).
Os petistas Rossetto e Fritsch devem ser candidatos a senador no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, respectivamente.
Palocci (PT) deverá sair em breve por avaliar que perdeu "as condições políticas" de continuar na Fazenda depois da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.
Dois ministros ainda discutirão com Lula a possibilidade de saírem candidatos a governador: os petistas Jaques Wagner (Relações Institucionais) e Marina Silva (Meio Ambiente). Wagner tende a disputar o governo da Bahia. Já falou com Lula, mas pode ficar se a crise política se agravar.
Marina prefere continuar ministra. Mas analisará a possibilidade de concorrer ao governo do Acre. Assim, liberaria o atual governador Jorge Viana para a eventual substituição de Wagner.
Hélio Costa (PMDB) tende a ficar nas Comunicações. Quer negociar os últimos detalhes para que o Brasil adote o padrão japonês de TV digital. O petista Paulo Bernardo (Planejamento) e o petebista Walfrido Mares Guia (Turismo), cujas performances são bem avaliadas pelo presidente, atenderam a pedido de Lula para continuar em seus postos.


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