São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2008

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Kassabistas e alckmistas fazem duelo de auditório

"Haverá dois candidatos" em São Paulo, diz presidente do PSDB, Sérgio Guerra

Agendado para horário próximo ao de ato pela candidatura de tucano, evento com FHC vira novo capítulo do racha em SP

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Concorrência desleal. Em mais um capítulo da disputa no PSDB, simpatizantes da aliança com o DEM se dedicavam ontem à convocação de tucanos para uma palestra do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso programada para começar só 30 minutos antes do ato em defesa da candidatura própria para a Prefeitura de São Paulo.
Apesar de estar agendada para amanhã desde o mês de janeiro, a mobilização para a palestra de FHC ganhou apenas ontem as páginas do blog da juventude tucana.
Hoje coordenador social da Subprefeitura de Cidade Ademar, o presidente da juventude do PSDB, José Rubens Domingues Filho, disse que disparou convites pelo mailing ontem, após receber o convite do presidente estadual do PSDB, deputado federal Mendes Thame. Ele assistirá à palestra ao lado do presidente da juventude do DEM, Walter Abraão. "FHC é nosso grande líder", disse.
O ato em apoio à candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin está previsto para as 19h30 de amanhã. A palestra de FHC -sobre perspectivas para o país-, para as 19h.
Também ontem, veio à tona o conteúdo de uma carta em que o secretário municipal de Esportes, Walter Feldman, condena o lançamento de candidatura própria na capital.
Um dia depois de aterrissar em São Paulo, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, rendeu-se, reconhecendo a ruptura com o DEM no Estado. Segundo Guerra, não há mais possibilidade de entendimento entre os dois partidos e o trabalho agora será o de costurar um acordo de boa convivência que permita uma aliança num eventual segundo turno. "Haverá dois candidatos", disse Guerra."Não aposto mais em conciliação."
Em São Paulo, Guerra se encontrou com Alckmin e com o governador José Serra. Pôde verificar o clima de hostilidade. Ontem, alckmistas acusavam kassabistas de tentar esvaziar o ato em apoio à candidatura própria. Responsável pela programação da palestra -um ciclo de três, incluindo Alckmin e Serra como oradores- Thame contou ter procurado um dos apoiadores de Alckmin sugerindo que adiassem o ato.
"Eu disse que esvaziaria se houvesse dois eventos no mesmo dia", disse Thame. Segundo ele, o presidente do diretório de Indianápolis, Alê Ferraz, argumentou que não seria necessário cancelar o evento porque são destinados a públicos diferentes. Originalmente, o PSDB cobrou R$ 2.000 para que os tucanos assistissem aos seus principais líderes falarem sobre "perspectiva para o país". Com a baixa adesão, a palestra foi aberta a convidados.
"Adoraria assistir ao FHC. Mas minha missão hoje é pela cidade de São Paulo", afirmou Alê Ferraz, admitindo que, na reunião em que organizaram o ato, os alckmistas lembraram da palestra de FHC. "Mas não tinha outro dia". O presidente municipal do PSDB, José Henrique Reis Lobo, disse que esses atos não terão efeito. "As decisões do partido não serão influenciadas. Vai ser mais uma competição entre grupos para saber quem é capaz de por mais gente dentro de um salão."
Fugindo de polêmicas, Alckmin deverá viajar para Ribeirão Preto no dia do evento.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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