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Ministério flagra 421 pessoas em condições degradantes
Trabalhadores atuavam no plantio e no corte da cana-de-açúcar no interior de Goiás
Segundo a pasta do Trabalho, funcionários ocupavam alojamentos precários, com falta de ventilação e sujeira
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA
O grupo móvel do Ministério
do Trabalho encontrou 421 trabalhadores em condições consideradas degradantes, em Quirinópolis (GO), sul do Estado.
O ministério diz ter resgatado os trabalhadores. Originários na maioria de outros Estados, atuavam no plantio e no
corte da cana-de-açúcar, em
frentes de trabalho da empresa
Agropecuária Campo Alto, sociedade anônima dirigida por
um conselheiro da Unica
(União da Indústria de Cana-de-Açúcar). A ação ocorreu na
última quinta-feira.
Segundo a Superintendência
Regional do Trabalho, os funcionários moravam em alojamentos precários, com problemas como falta de ventilação e
sujeira. Bares chegaram a ser
adaptados como moradias, de
acordo com a auditoria. A empresa nega que tenha havido
resgate e diz que a situação precária era restrita a poucos trabalhadores. O diretor da Agropecuária é Hermínio Ometto
Neto, membro do conselho deliberativo da Unica. A Agropecuária Campo Alto é ligada à
Usina São João, que tem sede
em Araras, interior paulista.
De acordo com a auditoria do
Ministério do Trabalho, os funcionários da lavoura em Quirinópolis tinham carteira assinada, mas eram recrutados por
"gatos" (aliciadores de mão-de-obra), que eram funcionários
contratados pela empresa. Os
"gatos" providenciavam a moradia, segundo o ministério.
Segundo o relato de fiscais, os
trabalhadores rurais moravam
em locais pequenos com um
número excessivo de pessoas.
O coordenador da ação, Welton
Oliveira, diz ter flagrado uma
casa de dois quartos e um banheiro onde viviam 18 pessoas.
Segundo ele, as casas não passavam por limpeza.
De acordo com o ministério,
eles vieram principalmente de
Minas Gerais e Maranhão e foram contratados de novembro
de 2007 a fevereiro deste ano.
Segundo o Ministério do Trabalho, o caso é considerado um
resgate de trabalhadores porque houve a interrupção de
uma situação degradante.
No ano passado, o setor sucroalcooleiro concentrou resgates de trabalhadores em condição degradante. Mais da metade -53%- dos 5.877 dos empregados encontrados trabalhava com cana-de-açúcar.
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