São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2010

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Presidente retoma debate sobre CPMF e pede mais verba à saúde

RODRIGO VIZEU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TATUÍ

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressuscitou ontem a defesa da CPMF, tributo extinto pelo Senado em 2007 e que destinava recursos para a saúde. Ao lado da ministra Dilma Rousseff (PT) e do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ambos pré-candidatos à Presidência, Lula disse que a questão precisa ser discutida pelo próximo presidente.
"Quem quer que seja presidente da República depois de mim vai ter que discutir mais dinheiro para a saúde", disse.
Lula afirmou ter ficado "magoado e ofendido" quando a cobrança foi derrubada e chamou a decisão de "mesquinharia".
O presidente e os dois pré-candidatos participaram da entrega de 650 ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que serão distribuídas pelo país.
Lula também fez críticas aos médicos, reclamando que eles não aceitam ou cobram caro para trabalhar no interior ou em periferias. "É muito fácil ser médico na avenida Paulista."
O presidente cobrou ainda que o Conselho Federal de Medicina reconheça a atuação de médicos formados em Cuba.
O presidente voltou a criticar os meios de comunicação, afirmando que tem sido "apenas um alertador das coisas equivocadas que acontecem no país e que acontecem, consequentemente, na imprensa".

Pré-candidatos
Em discurso, Dilma voltou a fazer comparações do governo Lula com administrações passadas. Disse que "antes achavam que ou se distribuía renda ou haveria desenvolvimento econômico" e que, "ao contrário do que ocorria no Brasil, um país, para ser uma grande economia, tem que ter atendimento [de saúde] de qualidade".
Ela citou o mote usado na campanha em que Lula venceu Serra em 2002. Disse que o país vive um "sentimento que é a esperança, que mais uma vez vem vencendo o medo".
Fora do palco, Serra -que foi ministro da Saúde de FHC- disse não acreditar que a ministra tivesse feito referência a uma gestão específica. No discurso, ele aproveitou para ressaltar a contribuição de seu governo para o Samu. Disse que o serviço federal funciona junto com os hospitais do Estado e que foi feita a "ação complementar" de entregar também ambulâncias estaduais.

Mindinho
Em seu discurso, o presidente Lula disse que não teria perdido o dedo mínimo da mão esquerda se seu acidente tivesse ocorrido hoje. Ele afirmou que, em seu atual cargo, teria até implantado "um dedo maior".
"O médico olhou para a minha cara e falou: "Para que esse peãozinho precisa de dez dedos?" e tirou o cotozinho. Poderia ter deixado o cotó para eu poder coçar o nariz", brincou.
Ainda em tom de brincadeira, o presidente disse que se considera portador de deficiência e que no início sentia vergonha da amputação e tinha dificuldades de lavar o rosto porque a água caía pelos dedos.


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