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Marina diz ter "ligação de sangue" com siglas
Após críticas de que sua campanha teria viés direitista, senadora defende alianças com todos os partidos
BRENO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A SERRA NEGRA (SP)
A pré-candidata do PV à Presidência da República, senadora Marina Silva (AC), disse ontem a uma plateia de prefeitos e
vereadores paulistas de diversos matizes ideológicos que
possui uma ligação de sangue
com "todos os partidos" e defendeu alianças com eles.
"Em cima de princípios éticos duradouros, nós podemos
fazer alianças pontuais. Eu digo
que eu tenho glóbulos brancos
e vermelhos [elementos que
compõem o sangue] em todos
os partidos", disse Marina
A senadora concedeu palestra sobre educação e desenvolvimento sustentável para cerca
de 400 autoridades municipais,
durante o 54º Congresso Estadual de Municípios, em Serra
Negra (150 km de São Paulo).
Na semana passada, o ministro da Cultura, Juca Ferreira,
que pediu licença do PV após o
partido avaliar que ele estava se
engajando no apoio à ministra
Dilma Rousseff, pré-candidata
petista à Presidência, disse que
os verdes estavam sofrendo de
"escoliose para a direita" e que
uma candidatura com viés oposicionista de Marina será um
"equívoco histórico".
No Rio de Janeiro, o PV fechou um acordo com PSDB,
DEM e PPS, em fevereiro, para
lançar o deputado federal Fernando Gabeira como candidato
à sucessão do governador Sérgio Cabral (PMDB).
No mesmo mês, o PV anunciou a entrada do economista
Eduardo Giannetti da Fonseca,
de linhagem liberal, na equipe
responsável por elaborar o programa de governo de Marina.
"Essa luta nos integra, porque PSDB, PMDB, empresário,
trabalhador, militante e cientista, todos precisam de água
potável, de terra fértil, de ar puro. Essa é uma luta que não se
enquadra nas categorias tradicionais", disse Marina.
Sobre a recente decisão de
abdicar de um marqueteiro político centralizador para a sua
campanha, que terá um tempo
de propaganda exíguo na TV e
no rádio, a pré-candidata do PV
disse, em entrevista após o
evento, que as decisões de uso
de sua imagem serão tomadas
"sem descaracterizar a minha
imagem, [a partir] de uma relação entre profissionais e coordenadores de campanha".
Segundo ela, sua preocupação é criar "uma nova linguagem em política", que respeite
o "estilo que cada um tem".
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