São Paulo, quinta, 26 de março de 1998

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Painel

Clima pesado

Apesar de ter negado, ACM esteve no Alvorada ontem de manhã. A conversa com FHC foi péssima. O senador deixou claro que se sentiu traído com a entrada de Serra no ministério. Falou que o presidente dissera que a atual reforma seria transitória.


Exigência baiana

ACM disse a FHC que não concordava com a criação agora de um Ministério da Habitação. Exigiu que o cargo fosse guardado para ser dado em 99 a Paulo Souto, governador da Bahia. Souto cedeu a vaga para Luís Eduardo ser candidato agora.


Briga por espaço

ACM já conseguiu abortar a pasta da Habitação agora. O Planalto vai deixar Sérgio Cutolo na Caixa. Resta saber se FHC se compromete a nomear Souto em 99 como compensação pela ida de Serra para a Saúde.


Chamem os bombeiros

Após a conversa no Alvorada, FHC e ACM explodiram, em entrevistas separadas, com os repórteres. O senador viajou ontem mesmo para Salvador. Quem esteve com o presidente diz que ele estava muito tenso.


Rusga interna
O vice Marco Maciel ligou ontem para ACM. As relações entre os dois caciques pefelistas estão ruins por causa da escolha do ministro do Meio Ambiente, cargo para o qual Maciel indicara Aloísio Sotero. O baiano exige um nome "de peso" no PFL.


Aliança em crise

Um pefelista diz que FHC não conseguirá fechar os nomes da reforma ministerial até amanhã, como desejava. O PFL quer dificultar até a última hora.


Sozinho no fogo

FHC reclamou ontem com um auxiliar de Serra estar no exterior na hora em que há uma grave crise ministerial com o PFL .


Pais da criança

Sérgio Cutolo seria ministro da Habitação por obra de Clóvis Carvalho (Casa Civil) e Pedro Malan (Fazenda). A equipe econômica está preocupada em nomear quem esteja afinada com sua política de conter gastos.

Só no ano 3000

A alardeada quebra do monopólio das empresas de ônibus é piada. Isso só ocorreria com as novas licitações para as mais de 2.000 linhas no país. Eliseu Padilha (Transportes) abriu apenas 10 novas concorrências.


Parece que funcionou

Sem condição de barrar o decreto que permite quebrar o monopólio das empresas de ônibus, o cartel do setor pressiona o governo a atrasar novas licitações.


Leilão de cargos
Além de um novo ministério, o PPB está reivindicando a Secretaria de Assistência Social, que está com um tucano, e a presidência da Conab, cujo titular, que é ligado ao partido, deve sair para concorrer às eleições.

Trabalho preventivo
FHC dará a audiência aos artistas de SP para tratar da nomeação do general Fayad para uma diretoria do Exército. Mas só depois que conversarem com Gregori (Direitos Humanos).

Dureza brasiliense
O Corpo de Bombeiros de Brasília está renovando parte do pessoal que enviou para combater o fogo em Roraima. Eram oficiais que se ofereceram como voluntários só por causa da diária de R$ 140. Não estavam acostumados a pegar no pesado.


Ação estratégica

A Rede Brasil, ONG que acompanha a relação do país com instituições financeiras internacionais, lança hoje em livro o "Documento sobre Estratégia de Assistência ao País do Banco Mundial". É a 1ª vez que o documento, confidencial, vem a público.


Então, tá

O secretário dos Transportes de São Paulo, Michael Zeitlin, diz que participou da Paulipetro na condição de diretor do IPT. E que deixou a estatal por discordar das diretrizes de Maluf.


Visita à Folha

Joaquim Francisco de Castro Neto, vice-presidente da Unidade de Negócios de Varejo do Unibanco, e Danilo Mussi Cardozo Mansur, vice-presidente do Unibanco, visitaram o CTG-F (Centro Tecnológico Gráfico-Folha), onde foram recebido em almoço.

TIROTEIO
Do presidente do PSDB, Teotonio Vilela Filho (AL), sobre Maluf ter atacado a ida de Serra para a Saúde:
- É reação de absoluto desespero de quem está vendo que vai levar surra eleitoral do Covas.

CONTRAPONTO

Fecho de ouro
Na semana passada, houve uma manifestação de lideranças comunitárias de Osasco (SP) e de políticos de oposição contra as frequentes faltas de água na cidade.
A prefeitura da cidade é acusada de cobrar a conta de água dos moradores, mas não repassar os valores à Sabesp, a companhia estadual de água.
Entre os políticos, estava o deputado João Paulo (PT), que tem base na cidade. Pedro Tintino era um dos líderes comunitários mais exaltados:
- Eu acho essa situação muito preocupante. A prefeitura cobrar a conta e não repassar para a Sabesp é muito grave.
Ao perceber a aprovação da audiência, Tintino tentou encerrar a fala com frase de efeito.
- Isso é uma desapropriação indébita - disse, confundindo apropriação com desapropriação.
Depois, olhou para os lados esperando aprovação. Estavam todos contendo o riso.



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