DA REPORTAGEM LOCAL

Reunido ontem com aliados, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), decidiu intensificar a ofensiva para que o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) desista da disputa pela prefeitura neste ano. Na véspera, numa reunião na casa de um ex-secretário estadual, Alckmin disse a Kassab que não abrirá mão da candidatura.
Kassab, porém, disse a Alckmin que insistirá até as convenções, em junho, pela reedição da aliança entre DEM e PSDB. Como o encontro foi marcado às pressas a pedido de Alckmin, Kassab pediu para o presidente municipal do PSDB, José Henrique Reis Lobo, marcar um almoço entre os dois. Enquanto Alckmin tem pressa, Kassab quer ganhar tempo.
Segundo tucanos, Alckmin disse que, como não pretende desistir, não adianta mais adiar esse anúncio. A postergação, afirmou ele, prejudica especialmente a sua candidatura.
Apesar da firmeza do ex-governador -dizendo-se disposto a atender ao apelo do PSDB-, Kassab ficou entusiasmado com uma afirmação que atribuiu ao tucano. Segundo o prefeito relatou a interlocutotres, Alckmin teria admitido que hoje sua candidatura é do PSDB e que não poderia recuar ainda que quisesse.
Reunidos, os kassabistas traçaram como estratégia a tentativa de mudar a abordagem de uma desistência de Alckmin: em vez de derrota, a aclamação para o governo do Estado.
"Vamos manter a pressão. Temos uma semana para trabalhar pela aliança", disse o ex-senador Jorge Bornhausen (SC), um dos principais articuladores da candidatura Kassab.
O prefeito, por sua vez, afirmou que trabalhará pela manutenção da aliança no primeiro turno. Embora Alckmin tenha sugerido um pacto de não-agressão com vistas a uma aliança no segundo turno, Kassab nem sequer admitiu que essa tenha sido a "derradeira" reunião com Alckmin.
"As convenções acontecem no mês de junho. Ainda estamos em abril."
Na conversa, Kassab teria dito que não tem condições de abrir mão de sua candidatura pelo trabalho que mantém à frente da prefeitura. No encontro, realizado na casa de Gabriel Chalita, Alckmin teria reconhecido a legitimidade da candidatura de Kassab. Mas teria alegado que o PSDB quer ter candidato na cidade.
Ontem, o tucano foi informado da intenção de Kassab de realizar um quarto encontro. "Não quero falar de regras de convivência. Tenho muita esperança de estarmos juntos no primeiro turno", disse Kassab.
Apesar da insistência, Alckmin disse a tucanos que concordaria com um último almoço, desde que não adie o cronograma idealizado para lançamento de sua candidatura no dia 5 de maio. Alckmin tem pressa e foi por isso que telefonou para Kassab na noite de quinta-feira: para que ambos se sentissem livres para lançar suas candidaturas.
"Alckmin nunca deu sinais de que pretende desistir. Seu prazo é 30 de abril", disse Lobo.


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