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Dilma faz tratamento para combater câncer linfático
Exames detectaram nódulo, já retirado, na axila esquerda da ministra da Casa Civil
Médico diz que chance de
recuperação é superior a
90%; Dilma diz que se sente
"muito bem" e que não vai
mudar rotina de trabalho
Eduardo Knapp/Folha Imagem
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A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, deixa o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, no início da tarde de ontem
DA REPORTAGEM LOCAL
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, 61, anunciou ontem, em entrevista, que está
sendo submetida a tratamento
contra linfoma, um tipo de câncer causado por alterações no
sistema linfático.
Conforme a Folha adiantou
ontem, Dilma colocou um
"port cath" -cateter de longa
permanência que facilita o tratamento quimioterápico.
A ministra, que foi ontem ao
hospital Sírio-Libanês, em São
Paulo, disse que, há cerca de 30
dias, durante um exame de rotina coordenado pelo cardiologista Roberto Kalil, foi encontrado um nódulo em sua axila
esquerda, de 2,5 centímetros.
Dilma se submeteu, há três
semanas, a uma cirurgia de 45
minutos para extração e biópsia do nódulo. O diagnóstico
conclusivo saiu na quarta-feira.
"Foi um linfoma que, por
sorte, pela ministra estar fazendo exames periodicamente,
foi detectado no estágio mais
inicial possível. A chance de cura é altíssima para esse tipo de
situação. Estágio 1A. Não existe
estágio mais precoce do que esse", afirmou o oncologista Paulo Hoff, que estimou a chance
de cura em mais de 90%.
Dilma disse ontem estar confiante no tratamento.
"Obviamente o tratamento
de quimioterapia é sempre algo
muito desagradável. Mas assim
como tantas mulheres e homens brasileiros que enfrentam esse desafio, [...] tenho certeza também que vou ter um
processo de superação dessa
doença. Aliás, nós, brasileiros,
temos esse hábito de sermos
capazes de enfrentar obstáculos, de transpô-los e de sair inteiros do lado de lá. Acho que
essa é a questão que está na
pauta hoje para mim: enfrentar
essa doença, que os médicos
garantem que foi extirpada, e
sair mais forte do lado lá", disse
Dilma, que destacou a importância da prevenção.
Para Kalil, é "muito improvável" que a doença volte. A ministra se submeteu a uma tomografia para mapeamento de
células cancerígenas por todo o
corpo, e nenhum outro problema foi localizado. Ela não tem
histórico da doença na família.
Tratamento
Segundo a hematologista Yana Novis, da equipe que cuida
da ministra, "as perspectivas de
tratamento são as melhores
possíveis". Novis disse que Dilma fará quimioterapia durante
quatro meses, o que significa
quatro ou cinco sessões.
Linfoma é uma proliferação
desordenada das células de defesa do organismo situadas nos
linfonodos (gânglios linfáticos). A multiplicação de linfócitos altera a estrutura dos linfonodos, deixando os nódulos aumentados, como o encontrado
na axila esquerda da ministra.
"É um linfoma de grandes células. E é por isso que a ministra
será submetida a esse tratamento complementar", afirmou Novis. "Não esperamos
muitos efeitos colaterais."
Durante a entrevista ontem,
ao lado dos médicos, Dilma
brincou ao falar sobre possíveis
efeitos da quimioterapia: "Meu
[cabelo] ainda não caiu".
Escolhida por Luiz Inácio
Lula da Silva para disputar a sucessão em 2010, Dilma, que intensificou agendas e viagens
pelo país nos últimos meses,
deu sinais ontem de que não
pretende diminuir o ritmo de
trabalho. "Esse tratamento não
implica que eu tenha de me retrair ou deixar de comparecer à
minha atividade. Pelo contrário, eu acredito que até vai ser
um fator para me impulsionar."
Segundo os médicos, a ministra só contou anteontem para o
presidente, para a mãe e para a
filha. Dilma deixou o hospital
às 14h30, ao lado do ministro
da Comunicação Social, Franklin Martins, e do ex-ministro
Marcio Thomaz Bastos.
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