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Quimioterapia causa queda na imunidade
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
A incidência dos linfomas
não-Hodgkin, tipo de câncer
linfático diagnosticado na
ministra Dilma Roussef, duplicou nos últimos 25 anos,
especialmente entre pessoas
acima de 60 anos, segundo
dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
As razões ainda não estão
esclarecidas, mas uma das
hipóteses é a maior exposição a poluentes, como pesticidas, fertilizantes, inseticidas e outros agentes químicos existentes nos grandes
centros urbanos.
Esse tipo de câncer, que
pode afetar pessoas de todas
as idades, origina-se nos linfonodos (gânglios), que são
muito importantes no combate às infecções. O linfoma
pode ficar restrito a uma região -no caso de Dilma, na
axila esquerda-, mas pode
se espalhar e chegar à medula óssea, onde as células sanguíneas são produzidas.
Um dos sintomas mais frequentes do linfoma é o aumento de gânglios no pescoço, nas axilas ou na virilha.
Eles podem ser palpáveis ou
descobertos durante exames
de rotina. No caso da ministra, o nódulo, de 2,5 cm, apareceu em uma tomografia
das coronárias, feita durante
um check-up. Uma biopsia
posterior confirmou que se
tratava de um câncer.
Segundo os médicos que
acompanham Dilma, em razão de o linfoma estar em estágio inicial (1A), ela fará de
quatro a cinco sessões de
uma quimioterapia-padrão
para esse tipo de câncer
(chamada de R-CHOP, que
são as letras de cada medicamento usado na quimio). Em
casos mais avançados, a
doença exige radioterapia
para diminuir as chances de
recaída do câncer.
Pelo fato de a ministra ter
veias de difícil acesso, os médicos implantaram um cateter embaixo do seu braço direito, por meio do qual ela receberá a medicação.
Esse tipo de tratamento
quimioterápico possui vários
efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, diarreia e diminuição do apetite. A intensidade varia de acordo com o
paciente. Como o tratamento provoca uma queda dos
glóbulos brancos (leucócitos), Dilma poderá ainda ficar suscetível a infecções e
anemia. Também pode haver
perda de cabelo.
As aplicações de quimioterapia vão acontecer a cada
três semanas e devem durar
quatro meses. Cada sessão
dura, em média, cinco horas.
Dilma fará todo o tratamento no hospital Sírio-Libanês.
Após a quimio, as chances
de a doença desaparecer são
de 90%, em média. Como há
chances de recidiva do câncer, as taxas de cura, em cinco anos, são de 75% a 80%,
segundo a literatura médica.
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