São Paulo, domingo, 26 de abril de 2009

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Quimioterapia causa queda na imunidade

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

A incidência dos linfomas não-Hodgkin, tipo de câncer linfático diagnosticado na ministra Dilma Roussef, duplicou nos últimos 25 anos, especialmente entre pessoas acima de 60 anos, segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
As razões ainda não estão esclarecidas, mas uma das hipóteses é a maior exposição a poluentes, como pesticidas, fertilizantes, inseticidas e outros agentes químicos existentes nos grandes centros urbanos.
Esse tipo de câncer, que pode afetar pessoas de todas as idades, origina-se nos linfonodos (gânglios), que são muito importantes no combate às infecções. O linfoma pode ficar restrito a uma região -no caso de Dilma, na axila esquerda-, mas pode se espalhar e chegar à medula óssea, onde as células sanguíneas são produzidas.
Um dos sintomas mais frequentes do linfoma é o aumento de gânglios no pescoço, nas axilas ou na virilha. Eles podem ser palpáveis ou descobertos durante exames de rotina. No caso da ministra, o nódulo, de 2,5 cm, apareceu em uma tomografia das coronárias, feita durante um check-up. Uma biopsia posterior confirmou que se tratava de um câncer.
Segundo os médicos que acompanham Dilma, em razão de o linfoma estar em estágio inicial (1A), ela fará de quatro a cinco sessões de uma quimioterapia-padrão para esse tipo de câncer (chamada de R-CHOP, que são as letras de cada medicamento usado na quimio). Em casos mais avançados, a doença exige radioterapia para diminuir as chances de recaída do câncer.
Pelo fato de a ministra ter veias de difícil acesso, os médicos implantaram um cateter embaixo do seu braço direito, por meio do qual ela receberá a medicação.
Esse tipo de tratamento quimioterápico possui vários efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, diarreia e diminuição do apetite. A intensidade varia de acordo com o paciente. Como o tratamento provoca uma queda dos glóbulos brancos (leucócitos), Dilma poderá ainda ficar suscetível a infecções e anemia. Também pode haver perda de cabelo.
As aplicações de quimioterapia vão acontecer a cada três semanas e devem durar quatro meses. Cada sessão dura, em média, cinco horas. Dilma fará todo o tratamento no hospital Sírio-Libanês.
Após a quimio, as chances de a doença desaparecer são de 90%, em média. Como há chances de recidiva do câncer, as taxas de cura, em cinco anos, são de 75% a 80%, segundo a literatura médica.


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