São Paulo, segunda-feira, 26 de abril de 2010

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

Força, vigor

Ontem no topo das buscas de Brasil pelo Yahoo News, o presidente do Banco Central adiantou que a "alta na taxa de juros é o próximo passo". Por aqui, na manchete da Reuters Brasil, "BC agirá forte" ou "vai adotar medidas fortes", diz Henrique Meirelles. Um dia antes, já prometia ser "absolutamente rigoroso", tomando "ação vigorosa" etc.
Ao fundo, o americano Pimco, que gerencia US$ 1 trilhão e é o maior fundo de investimentos do mundo, voltou a anunciar via Bloomberg que agora prioriza os títulos de dívida dos emergentes. Mais precisamente, do Brasil, por suas "políticas ortodoxas" e por uma "compensação muito atraente". Melhor dizendo, pela "expectativa de retorno atraente".

BRASIL E O YUAN
Primeiro o "New York Times" saudou em editorial a crítica do ministro Guido Mantega à desvalorizada moeda chinesa. Depois "Wall Street Journal" e "Financial Times" elogiaram Henrique Meirelles por cobrar valorização. Os três buscam alinhar Brasil e outros Brics aos EUA na pressão contra o câmbio chinês.
Mas no final da semana o mesmo Guido Mantega falou ao site do "WSJ" que "o maior problema", na verdade, é a moeda americana. "Um dólar fraco leva o câmbio chinês a afetar outros países." A solução que ele e seu colega chinês estudam é "um mecanismo diferenciado" que livre o comércio bilateral das flutuações do dólar.

NA FEIRA
huffingtonpost.com
O Huffington Post escolheu ontem os melhores pavilhões da Expo Mundial de Xangai, que abre no sábado, 1º de maio, e incluiu o brasileiro

CHINA E OS OUTROS BRICS
PaoloWoods/ft.com
"Chineses com operários africanos" na obra de uma hidrelétrica no Congo, em foto no "FT"

O "China Daily" deu no sábado a análise "Emergentes tomam o palco com recuperação da indústria automobilística". E dias antes um pesquisador do Instituto de Relações Internacionais da China avaliou no jornal que a "cooperação dos Brics segue importante", pois "a ordem internacional ainda não foi redesenhada".
Já um editorial da revista "Caing" afirma que o grupo é "oportunidade de ouro da China", mas o país "não deve ignorar nem exagerar cegamente seu potencial". Detalha "diferenças" entre os quatro e avisa que "a China deve evitar ser arrastada pela instituição". O texto foi reproduzido por outras publicações estatais.

O PRÓXIMO IMPÉRIO
O colunista de política externa do "FT", Gideon Rachman, resenhou o livro "O Consenso de Pequim: Como o modelo autoritário da China vai dominar o século 21". O foco da obra é "o crescente poder da China" em diversos pequenos países. Mas Rachman questiona os exemplos e vê como mais preocupante "para os EUA" o crescente alinhamento a Pequim de "grandes democracias como Brasil, Índia, Indonésia e África do Sul".
Já a nova "Atlantic" traz o relato "O próximo império", mostrando como a China e os Brics substituíram os investimentos de EUA e Europa na África.

A PRESSÃO CONTINUA
Na última terça, artigo no "FT" e editorial no "NYT" questionaram o Brasil por resistir às sanções. O primeiro atacou a atitude "carinhosa" de Lula com o Irã, que "até agora custou pouco", mas ameaçaria sua "cadeira na mesa principal". No "NYT", "Obama precisa deixar claro que o Brasil, que busca cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, tem de fazer mais".
Por outro lado, fechando a semana, o site do "WSJ" noticiou que, segundo diplomatas, "Irã concorda com maior supervisão" da ONU. E a Agência Brasil destacou que "o Irã ratificou o apoio aos esforços do Brasil e da Turquia em favor de um acordo negociado".

MONTE ESSENCIAL
A "Economist" da semana lista as críticas de ambientalistas, mas defende Belo Monte. "Com a economia pronta para crescer 7% e com dezenas de milhões de brasileiros consumindo mais após sair da pobreza, é essencial investir em maior geração de energia -de preferência renovável." Avisa que a alternativa é usina nuclear ou carvão.

"OUTRO SILVA"
A "Economist" também faz um breve perfil de Marina Silva, desde o Acre, destacando os conflitos como ministra em várias frentes, "algumas mais bem fundamentadas do que outras". Em suma, "de vez em quando surge um político que parece ter princípios demais para ser jogado na briga de cão eleitoral de uma democracia gigante".

Leia mais, pela manhã, em www.todamidia.folha.blog.uol.com.br


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