São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Próximo Texto | Índice

PAINEL

Tiro pela culatra
Concebida para acuar as centrais sindicais, da CUT à Força Sindical, e, por tabela, os sem-terra, a CPI do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) não deve sair do papel. O Planalto se assustou ao perceber que desencadearia também uma investigação sobre os empréstimos do BNDES à privatização.

Fogo cruzado
No governo, Aloysio Nunes (Secretaria Geral) e Dornelles (Trabalho) jogaram contra a CPI do FAT, defendida por Arthur Virgílio (PSDB-AM). Mas a oposição parece também ter se assustado. Tanto que aceitou prontamente quando o tucano voltou atrás e propôs adiar a discussão para depois das eleições.

Ameaça velada
De Heloísa Helena, líder do PT no Senado, respondendo aos tucanos que pedem uma condenação formal do partido às agressões sofridas por José Serra e Mário Covas: "A omelete ministerial foi só um aviso".

Vento a favor
Michel Temer vai esperar 10 ou 12 dias para colocar em votação o projeto de reforma tributária. É o tempo que o governo pediu para mandar um texto com suas divergências e propostas. Há sinais de entendimento.
Hora agá
Mário Covas ainda joga na hipótese de uma aliança PSDB-PFL na eleição para prefeito de São Paulo. O governador não acredita na união do PMDB com o PFL, segundo disse ontem a tucanos. Hoje ou amanhã, Tuma conversa com Michel Temer, que defende uma candidatura peemedebista própria.

Pura maldade
O PSDB virou motivo de piada ontem, no encontro do PFL em SP, por insistir no pedido de apoio a Geraldo Alckmin, mesmo após o acordo de Romeu Tuma com o PMDB. "Os tucanos têm uma tendência natural à autoflagelação. Gostam de apanhar", disse Mauro Salles.

Hora da pizza
Sem dar a mínima à decisão do TJ contra o prefeito, a tropa de choque pittista decidiu acelerar a votação do impeachment. Considera que já tem os votos necessários para absolver Pitta no plenário e não quer dar margem a reviravoltas. Teme que fatores externos reabram as fissuras na frágil base governista.

Caminho livre
Todas as testemunhas de defesa do prefeito paulistano devem ser dispensadas. A intenção dos líderes de Pitta na Câmara é enterrar o processo de impeachment já na próxima semana. A oposição pretende obstruir e vai dizer que, do ponto de vista legal, ainda não é possível colocar o pedido da OAB em votação.
Toma lá, dá cá
Aviso aos parlamentares que gritam contra os cortes no Orçamento: em 1999, o governo gastou R$ 5 bilhões a mais do que o aprovado. Ou seja, tem jogo pela frente. Mas o Planalto quer ele mesmo dar as cartas.

Visitas à Folha
O vice-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à prefeitura paulistana, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do deputado estadual Walter Feldman, coordenador da campanha.  

Nizan Guanaes, presidente da Internet Group do Brasil Ltda (iG), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de João Augusto Valente, diretor-financeiro do iG, e de Maristela Mafei, diretora-presidente da Máquina da Notícia.  

Vera Maria de Barros Ferraz, presidente-executiva da Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Renato Ganhito, diretor de Marketing Cultural da Companhia de Notícias (CDN), e do jornalista Clayton Santos, da CDN.

TIROTEIO

Do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), sobre o corte de cerca de R$ 7,5 bilhões que o governo fez no Orçamento aprovado pelo Congresso:
- Alguém não está tratando do Orçamento com a seriedade que ele merece. O Congresso, que o aprovou, ou o Executivo, que fez os cortes. Se for o Legislativo, o governo deve mostrar isso claramente.

CONTRAPONTO

Questão de tempo

Já quase no final do jantar de reconciliação que o PFL ofereceu anteontem a FHC, formou-se uma roda em torno do presidente. Ao comentar as rusgas do partido com o Planalto, Bernardo Cabral recorreu a uma piada.
Um casal tinha apenas um jegue para conduzi-lo até a cidade onde passaria sua lua-de-mel. Logo no início da viagem, o jegue mancou de uma pata. O marido advertiu o animal:
- Jegue, esta é sua primeira mancada. Não faça isso de novo!
A viagem continuou e o jegue voltou a mancar. Levou uma surra. Na terceira vez, o marido pegou o revolver e o matou. A mulher protestou:
- Você é um bruto. Não deveria ter feito isso com o jegue.
O marido devolveu:
- Primeira mancada!
Em seguida, Cabral emendou:
- Resta saber de quem será a primeira mancada. Do PFL ou do governo?

E-mail: painel@uol.com.br
E-mail: politica@uol.com.br


Próximo Texto: Pittagate: Prefeito sai do cargo após intimação, diz tribunal
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.