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Governo estuda recriar pasta da Infra-Estrutura
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal estuda recriar até o final deste mandato
o Ministério da Infra-Estrutura, que será composto pela fusão de três pastas: Transportes,
Minas e Energia e Comunicações. O novo ministério cuidaria da orientação política aos
serviços públicos que serão
controlados por agências reguladoras. A proposta do governo
foi revelada pelo ministro dos
Transportes, Eliseu Padilha,
em jantar com membros da
Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, anteontem.
O ministro Pimenta da Veiga
(Comunicações) também defende a criação da pasta da Infra-Estrutura, que seria um
"guarda-chuva político" para
as agências. O terceiro ministro
da área, Rodolpho Tourinho
(Minas e Energia), não deu sua
opinião sobre o assunto.
Na avaliação do governo, os
três ministérios ficarão com
pouco orçamento e enfraquecidos politicamente após a implementação de todas as agências reguladoras. Isso já ocorre
hoje nas Comunicações, que
tem menos verba que a Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) e ficará com o poder ainda mais reduzido com a
criação da Agência Nacional de
Serviços Postais e da Agência
Nacional de Radiodifusão.
Assim, um único ministério
teria um peso político maior e
seria suficiente para dar orientação política às agências.
Além das já existentes Anatel,
Aneel (energia elétrica) e ANP
(petróleo), está prevista a criação de agências dos correios,
radiodifusão, transportes terrestres, transportes aquaviários
e aviação civil. Todas as agências devem estar em funcionamento até 2002, último ano do
governo FHC.
Padilha considera que a grande dificuldade para a criação
do ministério é política. Hoje,
os ministérios são divididos
pelos três principais partidos
da base governista: PSDB (Pimenta), PMDB (Padilha) e PFL
(Tourinho).
A fusão de pastas faz parte da
reforma ministerial que FHC
fará neste ano para enxugar a
administração e privilegiar a
área social. Deverá ser fortalecido o setor de habitação e
áreas sociais. O presidente pretende criar um ministério com
a sua "cara", segundo informou um interlocutor de FHC.
Ele deverá mostrar com a
mudança o que quer para os
próximos dois anos e com
quem vai trabalhar, respeitando a base de apoio. A reforma
ministerial deverá acontecer
após as eleições municipais
deste ano. Antes disso, avalia o
governo, poderia haver uma
desestabilização dos partidos
que compõem a base de FHC,
afetando a correlação de forças.
A ênfase deverá ser o direcionamento do crescimento para
a área social, combinada com a
recuperação da economia.
"O presidente deverá levar
em conta o resultado das eleições para fazer o ajuste", afirmou o líder do PFL na Câmara,
Inocêncio Oliveira (PE).
Inocêncio ressaltou que o Ministério de Minas e Energia ainda deverá promover a privatização do setor elétrico.
"A tendência é racionalizar a
administração pública."
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