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Grampo revela lobby em que Renan seria acionado, afirma PF
Funcionário diz que precisa de senador para manter dirigente na Integração Nacional; Geddel promete demitir diretor citado
Presidente do Senado diz que não vai se pronunciar sobre gravações feitas pela Polícia Federal por não ter tido acesso aos diálogos
LEONARDO SOUZA
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Presos na Operação Navalha,
o então secretário e o subsecretário de Infra-estrutura de Alagoas foram flagrados numa gravação falando abertamente em
recorrer ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e seu irmão, deputado Olavo Calheiros
(PMDB-AL), para que conseguissem manter no Ministério
da Integração Nacional o diretor de Recursos Hídricos da
pasta, Rogério Menescal.
No diálogo, Adeilson Teixeira Bezerra e Denisson de Luna
Tenório afirmam que Menescal é indicação do senador e do
deputado e que seria importante mantê-lo na função por ser
ele o responsável pela liberação
de recursos para a obra do rio
Pratagy, em Maceió, orçada inicialmente em R$ 77,8 milhões.
A construção da barragem é
uma das licitações investigadas
pela PF que teriam sido fraudadas pela empreiteira Gautama.
A preocupação de Adeilson e
Denisson era que o novo ministro da Integração Nacional,
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), tirasse Menescal.
"Denisson pergunta se Adeilson está no fixo. Adeilson diz
que não, que está indo para o
gabinete de Olavo [Calheiros].
Denisson diz que dá para falar
porque não é nada de mais e
pergunta se Adeilson lembra
quem é Rogério Menescal, diretor", informa o inquérito. A
conversa foi no dia 14 de março.
"Denisson diz que Rogério ligou para ele dizendo que tem
muito interesse em ficar mais
um ou dois anos no ministério
[...]. Denisson diz que vai precisar do apoio do senador (Renan
Calheiros). Denisson diz que
seria uma pessoa do próprio
Renan ou do próprio Olavo
dentro do ministério."
Outro lado
Por meio de sua assessoria, o
senador Renan Calheiros
(PMDB-AL) informou que não
vai se pronunciar sobre declarações captadas pela Polícia
Federal por não ter tido acesso
ao conteúdo dos diálogos. A Folha não conseguiu localizar o
deputado Olavo Calheiros.
Geddel disse que não foi procurado nem pelo senador nem
pelo deputado, mas afirmou
que vai demitir Menescal. Disse que já tinha tomado a decisão, mas que ainda não tinha tido tempo de executá-la por estar há pouco tempo na pasta.
Rogério Menescal disse que é
um técnico, com mestrado e
doutorado na área de recursos
hídricos. Disse que manteve
contato com Adeilson e Denisson porque eram as pessoas
com que tinha de tratar no governo de Alagoas sobre a obra.
Falou que não conhece nem o
senador Renan nem o deputado Olavo e afirmou que não pediu ajuda a ninguém para permanecer no cago. "Mas talvez
tenha insinuado que temia ser
retirado da função com a mudança de ministro", admitiu.
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