São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

"Déjà vu"
YouTube/telesurtv.net
Venezuela e Colômbia brigam até pela cobertura da morte do líder das Farc. O vídeo foi enviado à Telesur de Hugo Chávez, mas o jornal "El Tiempo", de Bogotá, colou no YouTube e deu as imagens, "embedded", em sua home page, na manchete. Não demorou e o vídeo foi "removido por violação de uso". Mas ele seguia no YouTube, em outras páginas, com o anúncio retumbante e esteticamente anacrônico da morte, por Timoleón Jiménez, jurando "diante da tumba de nosso comandante" que a "luta prossegue". E apresentando as novas lideranças, como o clone de Che da imagem acima.

O PAPEL DA ESPANHA
la-razon.com
A "Economist" saúda a volta do "El Espectador", de uma rica família colombiana, e diz que "um pouco de diversidade é bom para a democracia colombiana". É que o "El Tiempo", alinhado ao presidente Alvaro Uribe, nem é mais de colombianos, mas do grupo espanhol Planeta. E não é o único a avançar na imprensa da região. O grupo Prisa tem três jornais e TV na Bolívia, onde seu "La Razón" festeja o "fracasso" do conselho de segurança (acima), e mais por Colômbia, Chile, Equador.

ENTRE AMERICANOS...
Sobre a Unasul, "New York Times" e outros só deram, reduzido, o despacho da AP destacando as "diferenças" entre os sul-americanos. O "NYT" dedicou atenção bem maior ao esforço do presidente da Guiana, fora da Unasul, de entregar "40 milhões de acres da Amazônia", 80% de seu país, aos EUA ou "quem der mais".

E CHINESES
Já a mídia estatal chinesa deu maior atenção à Unasul, com enunciados de que vai "ampliar a auto-suficiência financeira na América do Sul" e "buscar soluções para a crise global de alimentos". Em longa reportagem, a agência Xinhua avalia que "a integração é necessária ao desenvolvimento sustentado" da região.

"BOOM TIMES"
video.on.nytimes.com
O CNBC, canal financeiro da rede NBC, com vídeos postados no site do "NYT", faz reportagens especiais e entrevistas sobre a economia do Brasil, que está "quente! quente! quente!" -e vem permitindo até a "mobilidade das classes baixas para cima"

"NOUVEAUX RICHES"
Prosseguem nos jornais de EUA e Europa, dia após dia, as reportagens sobre o Brasil em seu momento "histórico" etc.
"NYT" e CNBC, em edição conjunta, assim como "Observer", se concentram agora nos novos consumidores, que estariam comprando mais a crédito, "mas não demais", avalia o jornal americano. O inglês tratou por "novos ricos" os integrantes da emergente classe média que virou alvo para os vinhos franceses.

A POTÊNCIA
E tem mais petróleo. No título do "Wall Street Journal" para a descoberta da semana passada, "Novo achado estimula especulação de que Brasil será potência em petróleo".

OS PODERES
O "WSJ" também deu o recuo sobre o fundo soberano, dizendo que "os poderes vigentes" (the powers that be) estariam reagindo e freando a idéia do Brasil de seguir o modelo de outros emergentes.

A VELHA INIMIGA
A revista "Economist", que no final do ano passado já abriu capa para "o fim da comida barata", avisa agora que a "velha inimiga" levanta sua cabeça em lugar inusitado -e avisa aos emergentes, mais precisamente, aos Brics, Brasil inclusive, que são eles o alvo da inflação renovada.
E eles "correm o risco de repetir os mesmos erros que o mundo desenvolvido cometeu nos inflacionários anos 70".


Leia as colunas anteriores
@ - Nelson de Sá



Texto Anterior: Outro lado: Incra defende divisão de custo entre governos
Próximo Texto: Entrevista - Blairo Maggi: "Com roupa de policial, garotos acham que vêm salvar o mundo"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.