São Paulo, Quarta-feira, 26 de Maio de 1999
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Para Covas, é preciso avaliar

RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), não soube responder ontem se o fato de o presidente Fernando Henrique Cardoso ter tomado partido a favor de um consórcio no leilão da Telebrás é eticamente condenável.
Segundo Covas, o conteúdo das gravações divulgadas pela Folha não caracteriza nenhum crime, mas é preciso "ir ao fundo da questão" para saber se, moralmente, a atitude do presidente foi correta.
"Não sei se do ponto de vista ético é (condenável), não sei. É preciso fazer uma leitura daquilo, ir ao fundo da questão", disse o governador. Segundo ele, as conversas possuem frases truncadas que podem "se adaptar a várias circunstâncias".
Para Covas, a divulgação das gravações é uma tentativa "mais do que clara" de desmoralizar FHC.
"Querem atacar o presidente exatamente na sua honra. É muito estranho que no ano passado tenha saído uma gravação e só agora saem as outras 46, sendo que na primeira não se falava do presidente e agora se fala. Por que não se divulgou isso antes?", disse.
Covas evitou opinar se considera a divulgação das fitas obra da oposição ou de partidos da base do governo interessados em desestabilizar Luiz Carlos Mendonça de Barros, eleito há onze dias vice-presidente do PSDB.
"Não posso dizer se foi o PFL ou o PMDB, mas acho muito estranha a sequência dos acontecimentos, que num período em que existem algumas dificuldades essas coisas venham a curso", disse. Conforme o governador, a oposição vem pedindo o impeachment de FHC desde a eleição e "não precisa dessas gravações".
Covas criticou o fato de o governo ainda não ter descoberto os autores do grampo. "É quase inacreditável que a Polícia Federal até hoje não tenha encontrado respostas para isso."


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