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Para Covas, é preciso avaliar
RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local
O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB),
não soube responder ontem se o fato de o presidente
Fernando Henrique Cardoso ter tomado partido a favor de um consórcio no leilão da Telebrás é eticamente
condenável.
Segundo Covas, o conteúdo das gravações divulgadas pela Folha não caracteriza nenhum crime, mas é
preciso "ir ao fundo da
questão" para saber se, moralmente, a atitude do presidente foi correta.
"Não sei se do ponto de
vista ético é (condenável),
não sei. É preciso fazer uma
leitura daquilo, ir ao fundo
da questão", disse o governador. Segundo ele, as conversas possuem frases truncadas que podem "se adaptar a várias circunstâncias".
Para Covas, a divulgação
das gravações é uma tentativa "mais do que clara" de
desmoralizar FHC.
"Querem atacar o presidente exatamente na sua
honra. É muito estranho
que no ano passado tenha
saído uma gravação e só
agora saem as outras 46,
sendo que na primeira não
se falava do presidente e
agora se fala. Por que não se
divulgou isso antes?", disse.
Covas evitou opinar se
considera a divulgação das
fitas obra da oposição ou de
partidos da base do governo interessados em desestabilizar Luiz Carlos Mendonça de Barros, eleito há
onze dias vice-presidente
do PSDB.
"Não posso dizer se foi o
PFL ou o PMDB, mas acho
muito estranha a sequência
dos acontecimentos, que
num período em que existem algumas dificuldades
essas coisas venham a curso", disse. Conforme o governador, a oposição vem
pedindo o impeachment de
FHC desde a eleição e "não
precisa dessas gravações".
Covas criticou o fato de o
governo ainda não ter descoberto os autores do grampo. "É quase inacreditável
que a Polícia Federal até hoje não tenha encontrado
respostas para isso."
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